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Segunda, 01 Setembro 2014 21:46

Putin diz-se em condições de tomar Kiev em duas semanas

O presidente russo Vladimir Putin terá dito ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que podia tomar Kiev em duas semanas, se assim entendesse. A afirmação terá sido feita num telefonema entre ambos e foi relatada por Barroso na cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

Segundo o diário italiano La Repubblica, no sábado passado em Bruxelas, perante os líderes reunidos da UE, e antes ainda das revelações de Barroso, a chanceler alemã, Angela Merkel, tinha intervindo, "furiosa" segundo o diário italiano, para considerar que Putin aposta numa escalada militar e que, depois da Ucrânia, ficarão ameaçadas a Letónia e a Estónia.

Barroso reproduziu as palavras de Putin nos seguintes termos: Se eu quisesse, poderia tomar Kiev em duas semanas". Segundo o diário italiano, Putin terá pretendido avisar Barroso sobre o contraproducente que são as sanções económicas, e sobre o quanto a Rússia se sente "provocada" com essas sanções.

Apaziguamento

Não por acaso, a política de apaziguamento é conhecida principalmente com a palavra britânica "appeasement": o seu principal expoente foi o primeiro ministro britânico Neville Chamberlain, antepassado de Cameron na direcção do Partido Conservador.

Ainda segundo aquele diário, o primeiro ministro britânico David Cameron comentou as palavras de Barroso afirmando que a Europa não deve repetir perante Putin o erro de procurar apaziguá-lo como procurou fazer com Hitler até 1939.

Literalmente, Cameron terá dito: "Desta vez não podemos ir ao encontro das pretensões de Putin. Já tomou a Crimeia e não podemos permitir que tome todo o país. Corremos o risco de repetir os erros cometidos em Munique em 1938".

Em sentido contrário, interveio o primeiro ministro italiano, lembrando o risco de um braço de ferro com a Rússia exacerbar os factores de crise económica internacional, e a necessidade de ganhar a cooperação russa perante as crises humanitárias, políticas e militares da Síria e do Iraque. As sanções económicas poderão ser reforçadas, disse, mas não se deverá fornecer armas à Ucrânia.

Segundo La Reppublica, representantes de várias delegações presentes ao encontro terão confirmado esta versão do debate. Também o site de Der Spiegel obteve junto de um diplomata da Europa ocidental confirmação sobre o relato que Barroso apresentou.

LUSA

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