O Banco Nacional de Angola (BNA) pretende negociar pagamentos ao exterior em moeda nacional (kwanza), tentando assim reduzir a pressão sobre o sistema bancário face à atual crise cambial do país.
O resultado líquido agregado dos bancos que operam em Angola sofreu uma diminuição de 50% em 2014, face ao ano anterior, “influenciado pelo efeito dos resultados do ex-BESA”, o banco que era maioritariamente detido pelo BES e que colapsou no ano passado, tal como o grupo da família Espírito Santo.
O gabinete de estudos económicos do BPI considera que a desvalorização da moeda angolana, o kwanza, vai criar pressão para o aumento da inflação, que subiu 11% no último mês face ao agosto de 2014.
O kwanza angolano depreciou-se em mais de 37% no último ano, face ao dólar norte-americano, fruto da crise da queda da cotação internacional do barril de crude, que fez diminuir a entrada de divisas em Angola.
Já lá vai o tempo em que o negócio imobiliário, depois do petróleo e dos diamantes, chegou a constituir a principal fonte de rendimentos para a classe média/alta em Angola.
O gabinete de estudos económicos e financeiros do BPI considera que Angola está a ser demasiado otimista em manter a previsão de produção de 2 milhões de barris de petróleo por dia no próximo ano.
Crescer mais para distribuir melhor nunca foi uma acertada proposta económica para Angola, disse o economista Alves da Rocha.