A informação resulta da compilação de dados feita hoje pela Lusa com base em dados dos investidores, Unidade Técnica para o Investimento Privado e do Governo angolano, projetando investimentos já em curso e que se prolongam até 2021.
No final de 2015, desfazendo a parceria com o grupo português Continente, a empresária Isabel dos Santos avançou com o hipermercado Candando. O primeiro de dez, e de um investimento global estimado em 400 milhões de dólares (354 milhões de euros), já abriu portas em maio em Luanda, criando desde logo 750 postos de trabalho diretos.
No espaço de um ano deverá abrir portas em Luanda uma segunda unidade Candando.
Já este ano, o grupo sul-africano Shoprite apresentou um projeto de investimento ao Governo angolano, avaliado em 571.749.000 dólares (505 milhões de euros), para "potenciar a sua rede de retalho em Angola", que conta já com 53 lojas.
O projeto implica a criação de mais 14 lojas Shoprite em várias províncias, até 2017, gerando 4.000 novos postos de trabalho, a primeira das quais inaugurada em abril último em Luanda.
O último dos grandes investimentos no retalho é do grupo angolano Kero, que prevê quase 1.385 milhões de dólares (1.227 milhões de euros) para alargar a todo o país a sua rede de hipermercados (16 novos), centros comerciais e cinemas, criando perto de 7.000 postos de trabalho.
Em causa estão dois projetos da Zahara Imobiliária e Zahara Comércio, grupo privado que detém as marcas Kero (hipermercado) e Xyami (centro comercial), das principais referências nesta área em Angola, a desenvolver em quatro anos.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, mas enfrenta desde o final de 2014 uma crise financeira e económica decorrente da quebra da cotação do barril de crude, o que fez as receitas fiscais caírem para metade.
Mais de cinco milhões de angolanos são considerados como de classe média, auferindo rendimento acima de quatro dólares por dia, segundo as conclusões de um estudo do Observatório Angola.
O estudo, explicam os autores, envolveu a "combinação de vários contributos", nomeadamente entrevistas a uma amostra de 2.058 pessoas.
O censo da população realizado em maio de 2014, em Angola, concluiu que o país tem mais de 25 milhões de habitantes.
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