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Segunda, 13 Junho 2016 09:40

Venda de divisas crescem 100% numa semana para 218,4 milhões de Euros

A injeção de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na banca comercial aumentou 100% na última semana, para 218,4 milhões de euros, com vendas apenas em moeda europeia, sobretudo para garantir importações da indústria.

A informação consta do relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 06 e 10 de junho, e contrasta com os 106,9 milhões de euros da primeira semana do mês.

De acordo com o documento, consultado hoje pela Lusa, das divisas disponibilizadas na última semana, equivalentes a 244 milhões de dólares, o maior montante destinou-se a garantir a "cobertura de necessidades do setor da indústria", com 107,5 milhões de euros.

Foram ainda vendidos 6,6 milhões de euros para garantir necessidades do setor de Energia e Águas, 11,8 milhões de euros para comprar medicamentos ao exterior e 12,3 milhões para as necessidades da Agricultura, além de 80,2 milhões de euros "para a cobertura de operações diversas".

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu inalterada nos 166,710 kwanzas por cada dólar e de 186,264 kwanzas por cada euro.

Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, à falta de divisas aos balcões dos bancos, a nota de um dólar continua a ser transacionada acima dos 500 kwanzas.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.

A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.

A falta de divisas, em função da procura, dificulta, por exemplo, a transferência de salários dos trabalhadores de expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a 06 de abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, durante o mês de abril, e que prosseguem desde 01 de junho, em Luanda, com conclusão prevista para terça-feira.

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu, entretanto, que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.

© Lusa

 

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