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Segunda, 18 Abril 2016 10:41

Kwanza desvalorizado pela segunda semana seguida

O Banco Nacional de Angola desvalorizou o kwanza em quase dois por cento face ao dólar norte-americano, pela segunda semana consecutiva. De acordo com o mais recente boletim semanal sobres os mercados monetário e cambial, a taxa de câmbio oficial no país fechou a semana, a 15 de abril, com cada dólar norte-americano a valer 166,707 kwanzas, uma desvalorização de 1,8% face à semana anterior, na mesma proporção do euro, que passou a valer 182,905 kwanzas.

Na semana anterior, o kwanza angolano já tinha sido desvalorizado em 1,3% face ao dólar e quase 2% em relação ao euro.

No mercado paralelo, de rua, a única forma para muitos angolanos e estrangeiros conseguirem ter acesso a divisas, as transações estão acima dos 400 kwanzas por cada dólar.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50 por cento) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.

Há cerca de dois anos, antes da crise da cotação do petróleo, cada dólar estava abaixo dos 100 kwanzas. Só no último ano, o kwanza desvalorizou-se em mais de 40%.

O FMI anunciou a 06 de abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, prosseguindo durante uma visita ao país, em maio.

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.

Mais de 70% das divisas vendidas na última semana foram para importar alimentos

O Banco Nacional de Angola vendeu na última semana 336,3 milhões de euros em divisas aos bancos comerciais, sendo que mais de 70% destinou-se a garantir a importação de alimentos.

De acordo com o relatório semanal do banco central sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 11 e 15 de abril o BNA vendeu 53,7 milhões de euros num leilão de preço para cobertura de necessidades de importação das empresas prestadoras de serviços ao setor petrolífero.

O grosso das vendas diretas aos bancos destinou-se à cobertura de operações de importação de bens alimentares (246,6 milhões de euros), além de 7,2 milhões de euros para “operações diversas de importação relacionadas com os programas setoriais do executivo” e dez milhões de euros para garantir operações de natureza particular, “relacionadas com ajuda familiar, viagens, saúde, educação e remessas de dinheiro”.

Não foi adiantada informação sobre o destino do restante valor, 18,8 milhões de euros, em divisas vendidas pelo BNA aos bancos comerciais angolanos na última semana.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50 por cento) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.

Esta conjuntura levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.

O FMI anunciou a 06 de abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, prosseguindo durante uma visita ao país, em maio.

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.

Persiste no país a forte redução da disponibilidade de moeda estrangeira no país, sendo o montante vendido aos bancos limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a autorização do banco central.

A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

© Lusa

 

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