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Segunda, 11 Mai 2015 14:16

Banco Nacional corta na venda de divisas à banca comercial

O Banco Nacional de Angola (BNA) reduziu em mais de três por cento a venda de divisas à banca comercial angolana, na última semana, face à anterior, fixando-se em 300 milhões de dólares (268 milhões de euros).

Segundo o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve hoje acesso, as vendas entre 04 e 08 de maio foram concretizadas a uma taxa média de referência do mercado cambial interbancário de 110,047 kwanzas (90 cêntimos de euro) por cada dólar, renovando máximos de vários meses.

Na semana anterior, estas vendas, em leilões, cifraram-se em 310 milhões de dólares (277 milhões de euros), traduzindo-se por isso numa quebra semanal de 3,2%.

Durante o mês de abril, a injeção de divisas pelo BNA rondou (até) 310 milhões de dólares semanais, mas persistem as dificuldades de empresas e clientes no acesso a divisas nos bancos comerciais. O dólar norte-americano disparou mais de 10%, face ao kwanza angolano, nos últimos seis meses, acompanhando a escassez de divisas devido à quebra nas receitas petrolíferas e com reflexos no custo de vida.

O governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, anunciou na quinta-feira, em Luanda, que o executivo angolano pretende limitar o acesso a divisas, em função da quebra da cotação internacional do barril de crude, que por sua vez fez diminuir a entrada da moeda norte-americana no país.

Entretanto, cada nota de dólar continua a ser transacionada nas ruas de Luanda a mais de 150 kwanzas, sendo este um recurso devido às limitações no acesso a divisas pelo sistema bancário.

Algumas indústrias têm vindo a confirmar a redução da atividade laboral devido à falta de acesso a matéria-prima importada, tendo em conta os atrasos nos pagamentos de faturas internacionais (em divisas).

Em 2014, até ao mês de outubro, a venda de cada dólar cifrou-se sempre em menos de 100 kwanzas.

A situação reflete-se também no dia-a-dia, no aumento dos preços (reconhecido pelas autoridades angolanas), com o argumento da grande dependência angolana das importações.

Transações que são feitas em dólares e que, por isso, estarão agora mais caras, face ao kwanza, afetando nomeadamente produtos alimentares.

Os sindicatos angolanos apelaram nos últimos dias à tomada de medidas, pelo executivo, para colmatar o agravamento do custo de vida no país.

O petróleo representou cerca de 70% das receitas fiscais angolanas em 2014, mas a quebra da cotação internacional do barril de crude deverá fazer descer esse peso, segundo o Governo, para 36,5% em 2015 e já obrigou à revisão do Orçamento Geral do Estado para este ano.

LUSA

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