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Sábado, 11 Abril 2015 09:42

Casas de câmbio paradas há seis meses

As casas de câmbio reivindicaram ontem a possibilidade de comprar divisas directamente ao Banco Nacional de Angola (BNA), alegando que a actividade está paralisada há seis meses, situação decorrente da crise na cotação internacional do petróleo.

Esta solução foi admitida pelos representantes das casas de câmbio, reunidos ontem em Luanda para analisar a situação no sector e que se queixam da impossibilidade de compra de divisas, sobretudo dólares norte-americanos, aos bancos comerciais.

“Estamos parados há mais de seis meses. Não há compra de divisas nos bancos comerciais e chegamos ao ponto limite de não conseguir pagar as nossas contas, como salários, rendas, os custos fixos”, disse Andrade Oliveira, representante destas casas de câmbio.

Em causa está a crise provocada pela quebra na cotação do petróleo, que por sua vez fez diminuir a entrada de divisas no país, com os bancos comerciais a restringirem fortemente o acesso de clientes (incluindo as casas de câmbio) a dólares.

Com a compra de dólares aos bancos – que por sua vez adquirem moeda estrangeira ao BNA – inacessível, restaria às casas de câmbio o acesso às divisas vendidas pelos clientes. Contudo, estes procuram sobretudo a compra, dada a escassez que permanece no mercado formal.

As casas de câmbio defendem como alternativa o acesso directo a divisas através do BNA, solução que dizem representar uma “vantagem” por “travar” a escalada da cotação no mercado informal, de rua, que já provocou uma valorização do dólar face ao kwanza de 10 por cento nos últimos seis meses.

“Há casas de câmbio a fechar, por isso é que estamos preocupados. É complicado não termos sequer USD 500 para vender a um cliente”, referiu Andrade Oliveira, garantindo que as propostas decorrentes deste encontro nacional do sector serão enviadas ao banco central.

Estas empresas, devidamente regulamentadas e supervisionadas pelo BNA, queixam-se ainda da “concorrência desleal” da venda de dólares na rua, onde ainda é possível comprar dólares, neste caso a preços especulativos muito mais altos face à taxa oficial.

“Está uma senhora aqui à porta, a vender, sem qualquer obrigação legal, enquanto nós somos fiscalizados, temos de pagar os nossos impostos e salários”, lamentam as casas de câmbio, pedindo a intervenção do órgão regulador.

LUSA

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