De acordo com uma nota de análise da unidade de análise económica da revista britânica The Economist, "dado o continuado ambiente de preços baixos do petróleo, a previsão de crescimento da economia angolana para 2015 foi revista em baixa, de 3,9% para 3,4%".
Reflete-se assim uma "previsível diminuição da despesa pública no seguimento de um declínio dos preços do petróleo na ordem dos 45% este ano e ainda um abrandamento da subida na produção petrolífera estimada para este ano", que a EIU prevê que se fique pelos 1,85 milhões de barris por dia.
Na nota aos investidores, a que a Lusa teve acesso, a EIU antecipa que uma aceleração do aumento da produção de petróleo e uma recuperação dos preços do petróleo vá fazer a taxa de crescimento do PIB subir para 5,7% em 2016 e que "o crescimento acelere depois disso para uma média anual de 6,3% entre 2017 e 2019, sustentando na sólida despesa pública e no consumo interno".
Onde as contas também não são animadoras é no comércio externo: os analistas da EIU antecipam que o rendimento das exportações angolanas caia 40%, "o que sublinha mais uma vez o falhanço da diversificação da economia", demasiado dependente do petróleo.
As importações, consideram, também vão cair por causa da previsível "moderação nos investimentos de capital feitos pelo Governo, por causa do ambiente económico desfavorável decorrente dos preços do petróleo".
Este ambiente económico desfavorável, aliás, revela-se também nas contas públicas, que a EIU estima que registem um défice já este ano pela primeira vez desde a crise financeira de 2009. Assim, os analistas económicos antecipam que "o desequilíbrio nas contas públicas chegue aos 5,1% do PIB, melhorando até aos 0,3% em 2018 e depois piorando ligeiramente para 0,7% em 2019".
Também por isso, os analistas da EIU dizem que "Angola pode recorrer ao apoio do Fundo Monetário Internacional se os preços do petróleo caírem substancialmente por um período prolongado".
A queda dos preços do petróleo, que a EIU estima que chegue aos 45% este ano e uma subida média anual de quase 15% entre 2016 e 2019, obrigou Angola a rever o Orçamento para este ano e o Governo a fazer um exercício de austeridade.
Apesar de já ter tomado medidas para controlar a despesa, o Executivo de Angola "continua reticente em implementar políticas que poderiam levar a uma agitação pública, e introduzir medidas avulsas de austeridade podem criar problemas de longo prazo para a economia e abrandar a muito necessária tentativa de diversificação", diz a EIU
A uidade nota, ainda assim, que "para já o Governo está abertamente empenhado numa agenda política ambiciosa desenhada para promover um crescimento mais estável e inclusivo e a criação de emprego, bem como importantes programas sociais e de infraestruturas".