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Sábado, 06 Setembro 2014 06:59

Números evidenciam suposto "corpo mole" dos australianos contra Angola no mundial de Basquete

Time do técnico Lemanis mudou de postura e foi acusado de "corpo mole" por atleta esloveno (Foto: EFE) Time do técnico Lemanis mudou de postura e foi acusado de "corpo mole" por atleta esloveno (Foto: EFE)

Ausência de principais nomes, poupados mesmo sem lesão, e queda no desempenho dos aussies após o intervalo corroboram denúncia de Goran Dragic, da Eslovênia.

Armador do Phoenix Suns, o esloveno Goran Dragic desabafou em sua conta em uma rede social nesta quinta-feira. No dia do encerramento da fase de grupos da Copa do Mundo de basquete, na Espanha, ele acusou os australianos de terem facilitado o jogo para Angola, que acabou vencendo por 91 a 83, para evitar um cruzamento com os Estados Unidos antes da semifinal. A Eslovênia perdeu para a Lituânia por 67 a 64, se garantindo contra a República Dominicana nas oitavas (às 15h, no sábado, em Madri), mas podendo pegar o Team USA nas quartas. O fato, é claro, não foi confirmado, mas analisando as estatísticas do confronto, fica mais evidente que realmente possa ter havido, ao menos, um "corpo mole" dos aussies.

Em primeiro lugar, é preciso mencionar que a Austrália começou vencendo bem, praticamente sem dar chance ao adversário. No primeiro quarto, fez 22 a 17. No segundo, 20 a 12. Ou seja, foram para o intervalo com a folgada vantagem de 42 a 29. Mas, ao voltar à quadra, mudou totalmente sua postura, perdeu o terceiro de maneira acachapante, por 34 a 23, e o último, por 28 a 18. Os comentaristas da Fiba proferiram comentários como: "A Austrália parece um pouco letárgica, quase como se já tivesse vencido" e "eles precisam fechar sua defesa imediatamente. Eles estão sofrendo para saber quem marca quem".

Outro fato que surpreendeu foi que o técnico Andrej Lemanis não usou seu tempo técnico, mesmo vendo os rivais marcarem 18 pontos em apenas oito posses de bola. Em todo o segundo quarto, Angola só havia feito 12. O comandante dos aussies se defendeu e negou que o time tenha entregado o resultado. O fato é que, na próxima fase, joga contra a Turquia em Barcelona, no domingo, às 17h (de Brasília), com transmissão do SporTV, Tempo Real do GloboEsporte.com e acompanhamento de todos os lances pelos assinantes do SporTV Play.

- Nós, como australianos, sempre competimos do modo correto. As pessoas têm suas próprias ideias. Sempre haverá quem especule. Eu não posso controlar o que as pessoas pensam - comentou ao site do país, AdelaideNow.com.au.

Há que se levar em consideração ainda que os angolanos só tinham derrotado a Coreia do Sul, eliminada na primeira fase e que só não foi a lanterna de todo o Mundial porque o Egito marcou menos (316 x 311) e levou mais pontos (424 x 486) na primeira fase.

Outro fato que chama a atenção é a ausência de Aron Baynes e Joe Ingles, os dois principais jogadores da Austrália, que foram poupados do duelo, mesmo sem lesão. Até o momento na competição, o primeiro atuou contra Eslovênia (29m), Coreia do Sul (22m), Lituânia (22m) e México (30m) e tem média de 17,2 pontos, sete rebotes e 0,8 assistências na primeira fase. O segundo, por sua vez, jogou 35m contra eslovenos e lituanos, 18m diante dos sul-coreanos e 32m no confronto com os mexicanos. Sua média de pontos é de 11,8, além dos 2,5 rebotes e 3,5 assistências.

Matthew Dellavedova, do Cleveland Cavaliers, e David Andersen, do Houston Rockets, titulares e importantes no elenco, jogaram apenas quatro minutos cada, também com 100% de condições físicas. O armador tem média de 6,4 pontos, 2,4 rebotes e 3,4 assistências por jogo na competição, enquanto o pivô contabiliza 6,4 pontos, 4,8 rebotes e uma assistência por duelo no torneio. Enquanto isso, na partida desta quinta, o primeiro só teve tempo de marcar dois pontos. O segundo não botou nenhuma bola no aro, nem sequer deu assistências ou conseguiu rebotes.

Em contrapartida, o pivô Nathan Jawai, que perdeu praticamente toda a temporada no Velho Continente por conta de uma lesão na coluna, jogou meia hora nessa partida. Nos quatro outros jogos da Austrália no Mundial de basquete, somou apenas 26m, sendo 10m contra a Coreia do Sul, 7m no embate com a Lituânia e 9m diante dos mexicanos. No confronto com a Eslovênia, ele sequer entrou em quadra. O mesmo vale para o ala Chris Goulding, que só havia atuado em um jogo até aqui (e por 10m) também encarou os angolanos pelo mesmo período de tempo.

Do lado angolano, há que se ressaltar, contudo, o pivô Yanick Moreira. Ele chegou ao maior duplo-duplo do torneio ao marcar 38 pontos e 15 rebotes. O atleta joga no basquetebol universitário, na South Methodist University, em Dallas, no Texas.

A Austrália entrou na última rodada da fase de grupos com possibilidades até de terminar em primeiro em seu grupo. Para isso, precisaria bater os angolanos e contar com uma vitória da Lituânia, o que, de fato ocorreu. Com isso, as duas seleções chegariam a quatro triunfos e apenas um revés. Aos aussies, bastaria terminar a frente no critério de desempate de saldo de cestas. No fim das contas, eles ficaram atrás nesse quesito, com 52 dos lituanos, contra 31.

JOGO DO BRASIL JÁ TEVE SUSPEITA DE "CORPO MOLE"

Um fato semelhante teria ocorrido no jogo entre Brasil e Espanha na última partida do Grupo B das Olimpíadas de Londres, em 2012. A seleção brasileira de Rubén Magnano acabou vencendo Pau Gasol & cia. por 88 a 82 e, com isso, o time europeu evitou um duelo contra os Estados Unidos antes da final. Assim, mais tarde, ao bater a Rússia na semifinal por 67 a 59, eles se garantiram na decisão diante dos americanos e levaram a prata, com o Team USA marcando 107 a 100 no placar.

A seleção brasileira, por sua vez, pegou a Argentina nas oitavas de final e perdeu por 82 a 77. Mas o fato é que, naquele Brasil x Espanha, chamou a atenção a opção do técnico Sergio Scariolo de manter Marc Gasol no banco de reservas por seis minutos no último quarto. Além disso, seu irmão, que foi o cestinha com 25 pontos, ficou cinco minutos entre os suplentes, enquanto Felipe Reyes, em quadra, tinha uma atuação tímida.

Faltando 8m para o fim do confronto, quando a vantagem do time de Scariolo havia caído de 11 para quatro, ele paralisou o duelo, apenas conversou com os atletas, mas não fez substituições. Aos 4m17, após o Brasil ficar na dianteira com uma bola longa de Leandrinho, ele pediu novo tempo técnico. No fim das conta, o time de Magnano terminou o quarto final com uma vantagem de 31 a 16. Na época, Pau Gasol negou que a Espanha pudesse fazer "corpo mole" em uma partida de basquete.

Globo

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