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Terça, 12 Abril 2022 11:27

FLEC avisa governo angolano que desestabilizará eleições presidenciais em Cabinda

A Frente para a Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) avisou hoje o Governo angolano de que “desestabilizará as eleições presidenciais de agosto”, classificando como “uma provocação” a sua realização no território de Cabinda.

“O alto comandante militar da FAC promete ao Governo angolano que desestabilizará as eleições presidenciais de agosto próximo no território de Cabinda. Organizar estas eleições em Cabinda representa para a FLEC-FAC uma provocação e um gesto de não ao respeito do nosso território por Angola, por isso informamos que todas as assembleias de votos serão centro de atenções das FAC”, escreve a organização num “comunicado de guerra” hoje divulgado.

Na mesma nota, a FLEC-FAC diz ter tomado o controlo da Base Militar de Kisungo durante mais de duas horas, após “fortes combates” que deixaram 15 militares angolanos mortos e outros quatro feridos.

A operação, pode ler-se no comunicado, permitiu à FLEC-FAC desalojar os militares das FAA na Base Militar de Kisungo e tomar o “controle total da mesma” entre as 4:48 e as 07:00, tendo sido destruídos radares de busca e antenas de comunicação que se encontravam naquela base militar, na região de Maiombe.

Na mesma operação, a FLEC-FAC diz ter recuperado várias armas, assim como equipamentos militares.

“Depois de tomar a base militar de Kisungo, as Forças Especiais da FLEC-FAC se retiraram por ordem hierárquica”, acrescenta a nota, assinada pelo tenente-general Gelson Fernandes N´Kasu.

A província angolana de Cabinda, onde se concentra a maior parte das reservas petrolíferas do país, não é contígua ao restante território e desde há anos que líderes locais defendem a sua independência, alegando uma história colonial autónoma de Luanda.

A FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Já na semana passada a FLEC-FAC apelou “a todos os cabindeses” para que boicotem as eleições gerais de Angola, previstas para a segunda quinzena de agosto.

“Votar nas eleições de Angola é um ato antipatriótico e de submissão ao colonialismo angolano. Votar nas eleições de Angola em Cabinda é aceitar ser escravo do Governo angolano e validar todas as humilhações, passadas, presentes e futuras, praticadas por Angola em Cabinda”, lê-se no comunicado a que a agência Lusa teve então acesso.

O movimento independentista de Cabinda considera que “as eleições em Angola não são eleições em Cabinda”.

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