A informação foi hoje avançada pelo diretor-geral do Serviço Penitenciário, António Joaquim Fortunato, à imprensa, à margem da abertura do II Conselho Metodológico daquele órgão do Ministério do Interior.
António Joaquim Fortunato reagia às denúncias nas redes sociais sobre a situação sanitária naquele estabelecimento, através da divulgação de fotografias de reclusos acometidos por sarna e tuberculose.
Segundo o responsável, o estabelecimento prisional de Viana foi construído para 2.500 reclusos, mas atualmente é ocupado por mais de 5.000.
"Como é possível fazer um trabalho regular com indivíduos que se encontram num espaço cem por cento a mais ocupado, é muito complicado, como é possível fazer-se um trabalho em que as instalações do fornecimento de água eram para 2.500 pessoas, mas hoje temos que abastecer mais 5.000 mil pessoas", questionou.
A mesma pergunta fez sobre o fornecimento de medicamentos, "para pessoas que vivem em constante contacto, em que o próprio sistema de respiração não é o mais ideal".
O responsável referiu que o esforço do Governo para a mudança deste quadro foi interrompido devido à crise financeira e económica que Angola vive desde finais de 2014, causada pela baixa do preço do petróleo no mercado internacional, que afetou a construção de 11 estabelecimentos prisionais, cuja conclusão proporcionaria pelo menos mais 8.000 lugares.
"Com a crise económica financeira ficámos com dificuldades de construir essas cadeias, de resto estamos a fazer de tudo para evacuar a cadeia de Viana para outras cadeias, nomeadamente para o Bentiaba, para o Boma, no Moxico, e também para Malange (...) com o propósito de atenuar a pressão que a cadeia de Viana tem", adiantou.
O diretor-geral do Serviço Penitenciário frisou que a cadeia de Viana é o estabelecimento prisional que apresenta mais problemas.
"Nós precisamos, por exemplo, de 100.000 litros de água por dia para a cadeia de Viana, se abastecemos 50.000 já é um esforço muito grande", exemplificou.
LUSA