A alteração compreende a supressão dos voos TP289 de Lisboa para Luanda às sextas-feiras e Sábados e dos voos TP288 de Luanda para Lisboa aos Sábados e Domingos.
Fonte das agências de viagens indicou ao PressTUR que a TAP sublinha nessa informação o facto de manter os voos em horário nocturno nos dias de maior procura, que para viagens de Lisboa são os Domingos e à partida de Luanda são as sextas-feiras.
Dados do Aeroporto de Lisboa a que o PressTUR teve acesso indicam que nos primeiros cinco meses deste ano o número de passageiros em voos de/para Luanda caiu 11,4% ou cerca de 18,1 mil, para 141.354, mas, no entanto, a companhia angolana TAAG, que concorre com a TAP nessa rota e que de Lisboa apenas voa para a capital angolana, teve um aumento de passageiros em 6% ou cerca de 4,7 mil, para 83.110.
Dessa forma é possível estimar que a TAAG assumiu a liderança do transporte de passageiros entre Lisboa e Luanda, ao subir de 49,2% para 58,8% do total.
"Mas pode ser uma vitória de Pirro", diz ao PressTUR fonte do mercado, ao comparar o crescimento do número de passageiros da TAAG com a evolução do seu número de voos de/para Luanda, que foi de 11,1% (mais dez voos), para 391.
Assim, na perspectiva dessas fontes a TAAG, apesar da subida do número de passageiros, terá uma queda da taxa média de ocupação dos voos entre Lisboa e Luanda, que normalmente é sinónimo de quebra de rentabilidade e, especialmente quando a tendência do mercado é de queda dos preços dos voos.
As mesmas fontes consideram, por outro lado, que a TAAG está a beneficiar em número de passageiros da decisão da TAP de aceitar emissões em Luanda de viagens que não sejam à partida da capital angolana e que eram muito utilizadas especialmente por empresas para reduzir capitais retidos em Angola.
Mas esse também é um problema para a TAP, que ante a perspectiva de perder passageiros por travar essa opção e a perspectiva de ver aumentar as suas receitas retidas em Angola, optou pela primeira, tanto mais quanto ainda no ano passado viu os seus resultados penalizados em quase cem milhões de euros pelas dificuldades de repatriação de receitas de vendas retidas na Venezuela.
O problema com a rota Lisboa - Luanda começou com o impacto da queda do preço do petróleo na economia angolana, o qual desencadeou uma sequência de problemas, como atrasos de pagamentos, suspensão de obras, etc.
A linha, que estava em forte crescimento, passou então a estar em retracção (em 2015 já teve uma quebra de passageiros em 3,7% ou 15,6 mil, para 407.406), o que normalmente leva as companhias a reduzirem preços para estimular a procura e, no caso da TAP, tem levado também a subir a remuneração das agências de viagens, que são o principal canal de vendas para o mercado empresarial, que predomina nas ligações entre Portugal e Angola (para ler mais clique: TAP renova comissão extra de 9% às agências de viagens pelas vendas dos seus voos de/para Angola).
PressTUR