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Quinta, 23 Abril 2015 22:37

Autoridades angolano cercam área de confrontos entre polícia e seita religiosa no Huambo

As autoridades militares e policiais angolanas isolaram a zona na província do Huambo onde há uma semana tiveram lugar confrontos entre a agentes da polícia e milhares de membros de seita religiosa A Luz do Mundo, também conhecida por Kalupeteca, nome do seu líder.

Nove policias morreram e a Unita denunciou a morte de mais de 700 pessoas, o que tem sido negado pelas autoridades.

Em entrevista à VOA, o activista do direitos humanos e presidente do Fórum Universitário Ângelo Kapuacha, que está no Huambo a acompanhar a situação, diz não poder confirmar a dimensão da tragédia porque a zona foi isolada e nem os familiares podem entrar nem os que estão na área podem sair.

Kapuacha afirmou haver informações de que centenas de pessoas foram mortas nos "dois primeiros dias" do confronto e que as "perseguições"  continuam.

Jornalistas, activistas de direitos humanos e familiares foram proibidos pelas autoridades de entrar na zona, desconhecendo-se o que se passa.

Kapuacha disse estar convencido que as autoridades estão a preparar uma "estratégia" para esconderem o que se assou e avisou que feridos estão escondidos na zona sem tratamento.

Membros da seita A Luz do Mundo dizem ter sido "carregados como marginais"

A polícia angolana “resgatou”, usando as suas palavras, vários membros da seita A Luz do Mundo  na província da Huíla onde  também está activa.

Entretanto, os "resgatados" dizem que o desejo de regressar ao mato é maior por defenderem as suas convicções de fé como disseram à VOA alguns dos membros da seita religiosa acampados no lar Otchyo no Lubango.

Maria de Fátima, assumida integrante da seita, garante que vivia melhor no mato, sobretudo, com a implementação do novo regime alimentar impulsionado pelo seu líder.

“Se talvez o Governo arranjar-nos uma área, quem sabe, mas pelo menos o tempo que fiquei lá a comer as verduras não sofria de nada", revela Fátima, lembrando que "a agua era pura, os nossos lombis é só água e sal se tiver o gergelim aquele é que é o nosso óleo”.

Afonso Kaposso diz desconhecer as razões da operação de resgate da polícia, mas revela que descobriu a verdade bíblica na Luz do Mundo e que o seu futuro depende agora do governo.

“Não fomos batidos, mas fomos carregados como marginais. Outros até foram algemados. Dependemos do Governo se nos pôem lá onde nos tiraram ou nos põem aqui", contou António Kaposso, um dos 53 membros da seita resgatados pela polícia dos quais 25 são crianças.

O director provincial do Instituto da Criança Abel Joaquim revela que a grande prioridade é recuperar nutricionalmente os petizes.

“Essas 25 crianças, a maioria em tenra idade crianças de idade pré-escolar, para que esta equipa do Ministério da Saúde faça a intervenção para a recuperação nutricional dessa crianças que estão subnutridas”, explicou.

Por sua vez, a directora da assistência e reinserção social Amélia Casimiro garante que para além da assistência, a prioridade tem sido chamar os membros à razão.

Voanews