Segundo o comunicado da FLEC-FAC, a operação conjunta lançada pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDCongo) e pelas Forças Armadas Angolanas "é um processo estratégico que visa erradicar os refugiados cabindenses nos centros da RDCongo" e que deveriam, por isso, estar sob proteção do Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
A FLEC-FAC denuncia, ainda, que três civis cabindenses foram executados por soldados angolanos na aldeia de Kipholo, na RDCongo no sábado, um dia depois do registo de mais três mortes civis por parte de soldados angolanos, entre as quais a do filho do chefe tradicional da aldeia Bonde-Grande.
Segundo os independentistas de Cabinda, nove civis foram presos arbitrariamente, no domingo, na fronteira entre Cabinda e a RDCongo.
"As autoridades angolanas utilizam as operações militares conjuntas em território congolês para visarem os refugiados cabindeses na RDCongo e os militares angolanos exercem impunemente uma violenta repressão às populações cabindesas instaladas na RDCongo e ao longo da fronteira entre Cabinda e o Congo Central" lê-se na nota assinada por Jacinto Antonio Télica, secretário-geral da FLEC-FAC.
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.