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Quarta, 29 Novembro 2023 13:54

Angola pode por em risco a sua sustentabilidade externa se continuar a usar as reservas internacionais

Angola precisa urgentemente começar a produzir alguns produtos de amplo consumo para salvaguardar a sua sustentabilidade externa. De acordo com o Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Angola não pode continuar a fazer uso das reservas internacionais para atender as necessidades de importação.

José de Lima Massano, disse ainda que caso Angola persista no uso das reservas internacionais para cobrir défice de produção interna, pode entrar para um quadro de insegurança no médio e longo prazo. 

Os dados mais recentes sobre a balança de importação e exportação no terceiro trimestre deste ano apontam que Angola gastou mais do que recebeu, ou seja, gastou 4,9 milhões de dólares em importações e recebeu 3,7 milhões de dólares em exportações.  O ministro de Estado para a Coordenação Econômica, José de Lima Massano, diz que se este cenário persistir, Angola pode pôr em causa sua sustentabilidade externa.

Se olharmos para aquilo que estamos a importar, vamos concluir que o país tem que se organizar para produzir. Produz-se que o país tem condições a partida para dar uma volta, para sermos consistentes, porque fazermos o uso das reservas internacionais para atender estes déficits e segurarmos a moeda nacional, quando a alteração é estrutural, não seríamos consistentes.  Porque aí a pressão estaria sobre a moeda, mas estaríamos também num quadro de grande insegurança a médio e longo prazo. Hoje temos recursos para cuidar e assegurar a solvabilidade externa da nossa economia e temos condição de, num cenário de qualquer calamidade, que seja necessário fazer essa recurso da moeda estrangeira, temos reservas internacionais para o efeito. Não podemos atacar, as reservas internacionais para resolver problemas que não são transitórios. Esses problemas têm que ser resolvidos de uma forma mais estrutural afirmou José de Lima Massano.

José de Lima Massano afirmou igualmente que este cenário só se resolve com a produção interna de bens essenciais.

Temos um pacto industrial que, para padrões africanos, é respeitável. Ele contém escolar ainda que, em alguns casos, a matéria-prima seja importada. Mas temos que sair rapidamente deste quadro. O tema também é mercado. Temos que ter essa capacidade de pôr a funcionar esse nosso parque industrial. Tomamos também a decisão, e é a primeira vez que ocorre, de estabelecer uma linha de crédito para apoiarmos os produtores comerciais, nós falamos aqui muito da agricultura familiar, mas também estamos a contar com a agricultura comercial, estamos a contar com a agricultura comercial também para impulsionar a agricultura familiar, segundo Massano.

O ministro de Estado para a Coordenação Econômica disse ainda que o Executivo já adotou algumas medidas para estimular os investimentos e a produção interna.

Para estimular a produção e os investimentos, permitimos que o IVA possa ser pago em 24 meses. Portanto, quem vai trazer o equipamento não tem que pagar o IVA à cabeça. Tem 12 meses. Se vai arrancar a atividade, tem-lhe 24 para ajudar-nos. Também estamos a ultimar uma peça que tem a ver com o Código do Rendimento de Pessoas Coletivas. Queremos unificar o imposto industrial, o imposto de aplicação de capitais e o predial. Mas todas elas com este propósito de pormos a nossa economia de facto a funcionar, finalizou José de Lima Massano.

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