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Sábado, 16 Março 2019 10:37

Clareza no licenciamento petrolífero em Angola vai atrair investidores - Advogado

O advogado Adriano Rioja Ciprian, do escritório de advogados sul-africano Centurion Law Group, considerou hoje que "a clareza da nova estratégia de licenciamento petrolífero" em Angola deve ser suficientemente aliciante para as petrolíferas internacionais.

"A clareza fornecida pela nova estratégia de licenciamento petrolífero, e a sua promulgação por decreto presidencial, deve dar incentivos suficientes para interessar as maiores petrolíferas africanas, independentes e internacionais na área de exploração em Angola", escreveu o advogado numa nota enviada às redações.

A legislação, acrescentou, "está em linha com a implementação de uma agenda reformista agressiva que está a transformar drasticamente, desde 2017, a governação do segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana", acrescenta o jurista.

O novo regulamento sobre a concessão de licenças de concessão de exploração de petróleo e gás, que surge na sequência de três decretos que enquadram a exploração destas atividades, aprovados no ano passado, também 'joga bem' com a primeira licença sobre os poços marginais, que deverá ser lançada durante a Conferência 'Angola Oil & Gas', que se realiza em Luanda entre os dias 4 e 6 de junho, afirma o advogado.

De acordo com os termos do decreto, as concessões petrolíferas podem ser atribuídas através de três modalidades: licitação pública, licitação pública limitada e negociação direta.

Ao abrigo das regras, no primeiro caso, a Sonangol terá uma participação de 20% nas operações de pesquisa nos casos em que não seja o operador do bloco, ao passo que nos casos de licitação pública limitada será restringida a um conjunto previamente selecionado de empresas que já conheçam o mercado, por razões de interesse estratégico nacional.

Por último, a negociação direta, que tem de estar concluída até final do primeiro semestre deste ano, engloba as petrolíferas que demonstrem "experiência, conhecimento e capacidades técnicas e tecnológicas para operar em Angola ou noutras geografias", segundo a síntese feita pelo advogado Adriano Rioja Ciprian.

Em fevereiro, na cerimónia em que deu posse ao novo secretário de Estado dos Petróleos de Angola, José Barroso, e ao Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo e Gás, presidido por Paulino Jerónimo, o Presidente de Angola, João Lourenço, sublinhou a oportunidade das novas regras de licitação de blocos petrolíferos, geridos por uma nova agência e não pela Sonangol.

"Finalmente acabámos por fazer aquilo que se impunha há bastante tempo e que é regra praticamente na indústria petrolífera no mundo fora, que é haver uma empresa que se dedica sobretudo à produção do crude e do gás e dos seus derivados, e uma agência com o papel de concessionária nacional, produzindo cada vez mais crude, mais gás, e que torne o nosso país autossuficiente em termos de produtos refinados, portanto, lubrificantes e combustíveis", salientou.

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