Sábado, 13 de Dezembro de 2025
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Sábado, 13 Dezembro 2025 14:51

João Lourenço considera “distração” militantes que querem candidatar-se à liderança do MPLA

O líder do MPLA, partido no poder em Angola, disse hoje que os militantes que manifestam intenção de se candidatarem à presidência desta organização política, só querem “barulho, confusão e distração”.

João Lourenço, que se dirigiu hoje, em Luanda, a milhares de militantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), num comício em comemoração do 69.º aniversário deste partido no poder desde 1975, rejeitou a afirmação que o partido é fechado e não aceita múltiplas candidaturas.

Em julho passado, o general na reserva Higino Carneiro, militante do partido, manifestou o desejo de se candidatar à presidência do MPLA, no congresso previsto para 2026.

Segundo João Lourenço, “o que está a acontecer até agora é uma simples manifestação de interesse, não é candidatura”, sublinhando que é preciso respeitar as regras estabelecidas para este processo.

“Não é candidatura, é barulho, é confusão, é distração. Querem nos distrair das questões importantes em que o partido se deve focar neste momento”, afirmou, perguntando “qual é a pressa” se as próximas eleições vão ter lugar daqui a ano e meio.

O também Presidente da República de Angola disse que estão a escrever ao líder do partido a manifestar que vão se candidatar “e põem isso nas redes sociais”.

“Eles escrevem para o presidente, para o presidente fazer o quê? O quê que o presidente vai fazer com esse papel?”, interrogou-se, pedindo aos “apressados” que esperem até serem abertas as candidaturas.

Higino Carneiro manifestou-se pré-candidato, tendo apresentado a sua candidatura “à presidência do MPLA”, para formalização “junto dos órgãos competentes que forem criados para a realização do IX congresso ordinário”.

“Isso não nos tira do sério, podem escrever quantas cartas quiserem, nós pomos de lado. O que a gente faz é só isso, não podemos fazer mais nada, recebeu a carta, põe de lado e quando abrirem a comissão de candidaturas não sou eu que vou mandar essa carta para a comissão de candidatura, eu não faço isso, não é minha tarefa”, realçou.

João Lourenço reafirmou que o MPLA no devido momento vai ter o seu candidato, que vai ser apresentado, como manda a Constituição da República, ao Tribunal Constitucional, esclarecendo que quando diz que vai ser apresentado um único candidato não quer dizer que está contra as múltiplas candidaturas, como dizem “os de má-fé”.

“Não é eu querer um candidato, não! O MPLA só vai apresentar ao Tribunal Constitucional um único candidato, que vai ser o candidato do MPLA. Não vai ser o candidato, nem do João Lourenço, nem da vice-presidente, nem do secretário-geral, nem do militante A, nem do militante B”, frisou.

O presidente do MPLA criticou “a desonestidade” destes militantes “que chegam ao ponto de fazer campanhas” sobretudo junto dos jovens.

De acordo com João Lourenço, são “campanhas enganadoras” informando aos jovens que “os mais velhos” do partido “já decidiram”, sobre quem será o futuro candidato, o que não corresponde à verdade, porque os órgãos de decisão do partido são o Bureau Político, o Comité Central e o congresso.

“A não ser que tenha surgido um novo órgão que está acima do congresso, que se chama: nós os mais velhos”, ironizou.

João Lourenço considerou “anarquia” este posicionamento, comprometendo-se a “combater a anarquia” com todas as suas forças, tendo a certeza de vai sair vitorioso.

“Vamos escolher um bom candidato que não vai deixar mal nem o partido, nem a nação (…) para servir a nação melhor do que está a servir o atual presidente, a nossa ambição tem que ser essa, quem me vier a suceder tem que fazer melhor do que eu, sentir-me-ei muito orgulhoso se ele vier a fazer mais e melhor do que eu estou a fazer hoje”, disse.

O líder do MPLA comparou a governação a uma corrida de estafetas, onde o atual líder passa o testemunho a outro para dar continuidade.

“Esse alguém a quem eu vou passar o testemunho não pode estar mais cansado do que eu, acham mesmo que é inteligente da nossa parte, quem está na corrida vem todo suado, transpirado, na hora de entregar o testemunho está com a respiração mais ofegante do que a minha, não consegue respirar, eu vou entregar o testemunho a esse camarada?”, salientou.

“A Constituição não me deixa, se deixasse, preferia eu continuar a corrida. Mas o melhor é evitar que quando eu chegar em frente a esse camarada ele que não dê sinais de estar mais cansado do que eu. Isso é o que nós temos que garantir agora, porque senão, depois é tarde e má hora, agora é que tenho que garantir que quando chegar o momento quem receber o testemunho está mais fresco do que eu, bem-disposto, com mais conhecimentos do que eu, tem a lição bem estudada e dá-nos grandes probabilidades, grandes garantias que vai vencer as eleições presidenciais e vai ser um bom Presidente dos angolanos”, afirmou.

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