O espanhol CaixaBank, que detinha 44,1% do BPI, deu início a uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para adquirir a instituição gerida por Fernando Ulrich. Em causa está um poder maior no momento de votar. Mas para tal há que convencer a segunda maior acionista, a angolana Isabel dos Santos. O Banco de Fomento de Angola será a ‘moeda de troca’.
Este triângulo de negócios fecha-se com a posição de controlo que o BPI tem no BFA, algo que o CaixaBank vai ter certamente em conta para conseguir o ‘sim’ de Isabel dos Santos, um passo que o Jornal de Negócios descreve como essencial na concretização da OPA.
Mais do que as ações da empresária angolana, o banco catalão procura um voto favorável de Isabel dos Santos na altura de decidir o fim da limitação de votos, uma questão que está, aliás, no centro das motivações para a OPA avançada pelo CaixaBank ao BPI. E é aqui que entra o BFA – banco onde Isabel dos Santos tem uma posição de 49,9%, ao passo que o BPI tem os restantes 50,1%. É esta diferença que, embora possa parecer mínima em termos numéricos, poderá fazer toda a diferença.
O mesmo jornal salienta que embora a OPA não esteja a ser considerada uma completa surpresa, a verdade é que nem Isabel dos Santos nem o terceiro principal acionista, a Allianz, tinham qualquer acordo prévio com o CaixaBank que visasse a alteração de estatutos.
No entanto, esta é mesmo a mudança desejada pelo CaixaBank, já que a posição de 44,1% no banco não se refletia num poder equivalente de voto na hora de tomar decisões.