Terça, 14 de Outubro de 2025
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Terça, 14 Outubro 2025 11:18

Hackers deram sumiço a provas documentais que "comprometiam" general "Kopelipa"

O Ministério Público (MP) assegurou que não conseguiu encontrar provas documentais que comprovassem o envolvimento do general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa", no crime de peculato e outros, pelo facto de os documentos terem desaparecido ao longo do tempo em várias instituições, após vários ataques de hackers, soube o Novo Jornal.

Segundo o Ministério Público, esses ataques de hackers enfraqueceram a prestação da PGR, que deixou de ter provas que comprometessem o arguido, nomeadamente no que respeita à apropriação de dinheiro ou bens que lhe tenham sido entregues pelo Estado.

Esta segunda-feira,13, durante as alegações do mediático julgamento dos generais "Dino e "Kopelipa", o Ministério Público, representado pelo procurador Lucas Ramos, afirmou que vários documentos que confirmariam o envolvimento dos arguidos em diversos crimes não foram encontrados.

Segundo o MP, ao longo do tempo as instituições que tinham na sua base de dados estes documentos, sofreram vários ataques cibernéticos, que fizeram desaparecer o que poderiam ser provas documentais.

O ataque cibernético é qualquer esforço intencional para roubar, expor, alterar, desactivar ou destruir dados, aplicações ou outros activos por meio de acesso não autorizado a uma rede, sistema de computador ou dispositivo digital.

Durante as alegações do MP, que demoraram três horas a ser lidas, o procurador Lucas Ramos não precisou se estes ataques foram feitos nas instituições, como,o Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), que já não existe, o CIF-Angola ou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Conforme o MP, também não há provas documentais de que as empresas chinesas fizeram investimentos financeiros, como o Governo angolano, para a construção da Urbanização Vida Pacífica.

Apesar de a acusação fazer menção de que houve desvio de vários carregamentos de barris de petróleo para a China, vendidos pela Sonangol, avaliados em mais de 4 mil milhões de dólares, não há registo ou provas documentais de que esses milhões terão ficado com os arguidos Manuel Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino", ou com o Estado angolano.

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