A detenção resultou de uma denúncia apresentada pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Angola e ocorreu no âmbito de uma coordenação operativa entre aquela representação diplomática e o SIC.
Segundo o porta-voz do SIC-Geral, superintendente-chefe Manuel Halaiwa, o cidadão estrangeiro, que se apresentava como comerciante, obteve de forma fraudulenta documentos angolanos autênticos – nomeadamente um Bilhete de Identidade e um passaporte – com os quais tentou obter visto de entrada nos Estados Unidos da América.
Após a primeira tentativa frustrada, recorreu novamente à solicitação de visto, desta vez utilizando a sua verdadeira documentação de origem maliana, mas acabou por ser identificado no sistema e detido. De acordo com a investigação preliminar, o cidadão criou uma nova identidade angolana, com no me em português, diferente data de nascimento e naturalidade atribuída à província de Luanda. Com esta identidade forjada, fundou uma empresa de direito angolano e abriu várias contas bancárias em diferentes instituições financeiras do país.
As diligências do SIC revelam ainda que o suspeito operava no país com dupla identidade, tendo também aberto contas bancárias e constituído empresa como cidadão maliano. O volume financeiro movimentado nas contas bancárias levanta fortes suspeitas de branqueamento de capitais.
"Vamos desencadear uma investigação financeira paralela para apurar a origem dos fundos e o eventual nexo de causalidade entre os recursos e as atividades das empresas envolvidas", declarou Manuel Halaiwa.
O SIC prossegue com as investigações para identificar eventuais cúmplices na obtenção fraudulenta dos documentos angolanos. Apesar de autênticos, os documentos foram adquiridos com base em dados falsificados, desde o registo de nascimento até ao Bilhete de Identidade. O detido será presente ao Ministério Público para os trâmites legais subsequentes. Halaiwa apela à população para que continue a denunciar casos de obtenção fraudulenta de identidade angolana, como forma de prevenir e combater práticas criminosas que envolvem estrangeiros a operar ilegalmente no país. OPAIS