Terça, 24 de Junho de 2025
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Terça, 24 Junho 2025 13:22

Processo-crime contra Isabel dos Santos em instrução contraditória no Supremo entra para a fase final

O processo-crime contra a empresária Isabel dos Santos, ex-PCA da Sonangol e filha do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, decorre em instrução contraditória desde o princípio deste mês no Tribunal Supremo e entra esta semana para a fase final, apurou o Novo Jornal.

Inicialmente, como avançou em primeira mão o Novo Jornal no dia 13 de Maio, a instrução arrancaria a 22 daquele mês, mas a pedido da defesa de Isabel dos Santos foi adiado, tendo arrancado no princípio deste mês.

Apesar de decorrer à porta fechada e vetada qualquer informação a respeito do julgamento à imprensa, o Novo Jornal soube através das suas fontes que já houve três sessões e entra agora para a fase final.

A filha do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, é a principal arguida no processo-crime, e responde na qualidade de ex-PCA da Sonangol.

Apesar de estar ausente do país, com residência fixa no Dubai, Isabel dos Santos está a responder às questões do tribunal à distância, por videoconferência, segundo descreveu ao Novo Jornal uma fonte próxima do processo.

Segundo a fonte, Isabel dos Santos refuta tudo que espelha a acusação do Ministério Público (MP), considerando-a mal instruída e politizada.

A fonte assegura que Isabel dos Santos, na sua defesa, terá dito alguns nomes de altos funcionários da Sonangol e do aparelho do Estado que nem sequer foram ouvidos na instrução preparatória, quanto à acusação de desvio de milhões de dólares da petrolífera estatal.

O processo-crime tem como arguidos, para além de Isabel dos Santos, Sarju Chandulal Raikundalia, Mário Filipe Moreira Leite da Silva, Paula Cristina Fidalgo Carvalho das Neves Oliveira e a consultora Price Water House Coopers e Associados, Sociedade de Revisores de Contas Limitada.

A empresária e primogénita de José Eduardo dos Santos é acusada pelo Ministério Público (MP) da prática dos crimes de peculato, burla qualificada, abuso de poder, abuso de confiança, falsificação de documentos, associação criminosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, branqueamento de capitais, fraude fiscal, e fraude fiscal qualificada.

Segundo a acusação, os arguidos causaram ao Estado angolano um prejuízo superior a 208 milhões de dólares. Isabel dos Santos tem como advogado Sérgio Raimundo.

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