Segundo uma fonte policial, neste momento, todos os jovens detidos foram encaminhados para a 6.ª esquadra de polícia, localizada no município de Luanda.
As autoridades policiais impediram este sábado, 21 de Setembro, uma marcha de solidariedade com os quatro activistas condenados no ano passado por alegado crime de ultraje ao Presidente angolano, João Lourenço.
Luís Antunes, um dos jovens que presenciou a detenção de alguns activistas, diz que a polícia reprimiu a manifestação por alegada falta de autorização do governo de Luanda. “A polícia não nos deixa passar. A polícia obedece às leis do Presidente da República, a polícia trabalha a favor dos caprichos do Presidente da República, a polícia é um órgão independente. Não é competência da polícia nacional autorizar a manifestação. A manifestação não deve ser autorizada”, desabafou o activista.
Já Nelson Cassoma, um dos organizadores da marcha, confirmou à RFI que mais de quatro activistas foram detidos e encaminhados para uma das esquadras do município de Luanda. “Nós já constatamos por aí seis ou sete detidos. Então, o que nós queremos apenas é uma marcha pacífica. Nós não somos vândalos. Não sei porque é que, quando tentamos sair à rua para pedir o fim da repressão e detenção de activistas, somos presos e agredidos, mas o MPLA e os seus militantes têm esse direito de se manifestar quando se trata de uma marcha a favor do seu líder”, disse o jovem.
Entre os detidos constam o general Lina, Sapateiro do Kicolo, Luamba, Cassua Gaspar e Gonçalves Frederico, todos eles organizadores do protesto deste sábado, em Luanda.
A 16 de Setembro de 2023, na capital de Angola, os activistas Adolfo Campos, "Tanaice Neutro", "Gildo das Ruas" e Abraão Pensador foram condenados a dois anos e cinco meses de prisão, por participarem numa manifestação em solidariedade aos mototaxistas que protestavam contra o aumento do preço da gasolina. RFI