“Para o caso concreto de Angola já há alguns casos [de tráfico de órfãos], não creio [que] seja muito preocupante, mas há países onde a situação é de facto muito preocupante, mesmo (...) de países africanos onde a situação é bastante preocupante”, afirmou hoje Idalina Valente em declarações à Lusa.
A deputada angolana, que falava sobre os preparativos para a 147.ª Assembleia da UIP, que decorre em Luanda entre 23 e 27 de outubro, afirmou que a problemática do tráfico em orfanatos será abordada no encontro e aí será aprovada uma resolução.
“Sim, vai ser aprovada uma resolução nesta sessão. Já tem o esboço da resolução. A nota conceptual foi aprovada logo após a realização da última assembleia e ela estará em condições para ser aprovada nesta assembleia”, sublinhou.
Segundo a responsável, neste encontro, que pela primeira vez se realiza em Angola e vai juntar deputados de 179 parlamentos, a temática do tráfico de órfãos estará em discussão visando travar o fenómeno, cada vez mais candente nos dias de hoje.
Defendeu que a ação dos parlamentares é fundamental para “ajudar a minimizar esta situação (tráfico em orfanatos)”.
Idalina Valente esclareceu que a aprovação de resoluções tem sido prática do plenário da UIP, após discussões pelas comissões permanentes deste órgão internacional.
Deu a conhecer também que a UIP “desencadeou uma ação muito ativa” pela igualdade de género e pela representação dos jovens no parlamento, temas que serão discutidos em fóruns neste encontro de Luanda.
Perto de 1.400 delegados efetivos devem participar nesta assembleia, que vai igualmente eleger o 31.º presidente do órgão, em substituição do português Duarte Pacheco.
Pelo menos quatro candidatas africanas, nomeadamente, do Malaui, Tanzânia, Somália e Senegal, concorrem ao cargo para um mandato de três anos.
Sobre os preparativos do evento, a deputada angolana sublinhou que este decorre a bom ritmo e que muitos delegados já estão em Luanda a participar em reuniões preparatórias para o certame.
“A logística está funcional, estamos muito surpreendidos com a existência de capacidade interna para realizar um evento desta natureza, com empresas nacionais. Precisamos de melhorar alguns serviços, sobretudo bancários, que deve haver maior atenção, porque queremos promover o turismo”, assinalou.
Questionada sobre quanto Angola investiu para acolher a 147.ª Assembleia da UIP, a também coordenadora adjunta da organização preferiu não entrar em detalhes, dando nota, contudo, que o investimento global deve estar espelhado num relatório.
“Temos mais ou menos uma ideia, mas ainda é cedo para falarmos de contas. Contamos que até dia 30 de novembro próximo temos de fechar o nosso relatório e nessa altura apresentaremos essa situação”, assegurou.
“Só gostaria de dizer que as despesas de todos os participantes é por conta deles, desde alimentação, hospedagem. A Assembleia Nacional (parlamento angolano) disponibiliza o espaço do evento e temos obrigação de garantir transportes coletivos dos delegados até à assembleia”, acrescentou.
A paz, segurança internacional, alterações climáticas, direitos humanos, ciência e tecnologia são alguns dos temas que estarão em discussão nesta 147.ª Assembleia da UIP, cujos trabalhos vão decorrer na sede do parlamento angolano, no centro de Luanda.