O movimento terá começado pelas 05:30, com um número indeterminado de homens, mulheres e crianças que partiram do bairro Candembe para o centro da cidade, perturbando a ordem publica, indica a delegação provincial do Ministério do Interior (Minint) no comunicado.
Segundo a polícia, foram dadas instruções para que a marcha não prosseguisse, mas os manifestantes insurgiram-se “criando rebelião e arruaças, arremessando pedras, paus, garrafas e outros objetos contundentes”, tendo partido os vidros de dois carros-patrulha.
Os manifestantes acabaram por ser dispersados com recursos a gás lacrimogéneo e outros meios não letais, tendo sido detidas 132 pessoas, das quais 92 com idades entre 18 e 78 anos e 45 mulheres, com idades entre 19 e 58 anos, sem registo de feridos.
O Minint condenou “veementemente” o comportamento de alguns cidadãos que tentaram “afrontar as forças da ordem de forma violenta” e apelou à população que mantenha a serenidade pois a situação está controlada.
Vídeos postos a circular no Facebook mostram imagens de tumultos e agitação nas ruas de Saurimo, bem como disparos de granadas de gás durante a intervenção policial.
Os motivos da marcha não são referidos no comunicado das autoridades angolanas.
No entanto, os tumultos poderão estar ligados ao autodenominado “Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lundês”, liderado por Jota Malakito, que defende a autonomia da região de Lunda-Tchokwe em Angola, e tentou promover um ato de proclamação da autonomia deste território.
Imagens que circulam nas redes sociais dão conta do hastear de uma bandeira proclamando a independência, ao que se terá seguido a tentativa de marcha que foi travada pela polícia.
“A polícia do MPLA total armados, invadiram, delegações do MJSPL, com o objetivo de intimidar o hasteamento da nossa antiga bandeira do Estado Lunda-Tchokwe, aqui está as provas dos meios armados usados contra pessoas desarmadas. Registrou-se (sic) vários feridos, detidos, violação de domicílios”, lê-se na página do MJSPL no Facebook.
A Lunda Sul é uma das principais províncias de produção de diamantes, a segunda maior fonte de riqueza em Angola.