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Terça, 20 Junho 2023 21:17

Governador de Luanda acusa grupo empresários de tentativa de suborno

O governador provincial de Luanda acusou alguns grupos empresariais e operadores económicos, sem os nomear, de o aliciarem com dinheiro para desistir do programa de reordenamento do comércio em curso na capital do País.

Manuel Homem disse aos jornalistas, após um encontro com empresários e operadores económicos de Luanda, que está a ser alvo de aliciamento e que se viu obrigado a devolver uma caixa com dinheiro que chegou ao seu gabinete.

"Alguém terá mandado uma caixa de dinheiro mas esta já foi devolvida" acrescentou Manuel Homem que falava com empresários e operadores económicos sobre este programa que visa reordenar a actividade comercial na capital angolana.

O governador advertiu mesmo aqueles que procuram aliciá-lo a pararem com essas atitudes.

No Encontro, o governador informou que 50 armazéns de venda a grosso, antes instalados no perímetro urbano, foram realojados em Viana e Cacuaco, no âmbito do reordenamento do comércio na cidade de Luanda.

O Governo está a actuar sobre os municípios de Luanda, Cazenga e Cacuaco, onde se trabalha de forma mais intensa nas zonas do São Paulo e Avenida Ngola Kiluanje, cumprindo o programa de tarefas aprovado.

No Mercado do S. Paulo, nos armazéns do Hoji-ya-Henda, assim como na zona das Pedrinhas, nos congolenses, por exemplo, as grandes quantidade de lixo produzido e recolhido aos montes devido à venda desordenada, também deixaram de se ver.

As autoridades policiais e administrativas (os fiscais) continuam presentes nestes locais onde o Plano de Reordenamento do Comércio do GPL tem estado a ser implementado.

Alguns armazéns e lojas continuam encerrados temporariamente pelas autoridades para se organizarem, e os que estão organizados e documentados fazem as vendas normais, verificou o Novo Jornal.

O lixo e as obstruções na via pública deixaram de existir em mercados e avenidas.

Trânsito fluido, zonas limpas e calmas, armazéns e lojas organizadas...este foi o cenário que o Novo Jornal encontrou nestes locais.

Automobilistas e comerciantes, ouvidos pelo Novo Jornal, admitem que o reordenamento da venda desordenada melhorou a imagem de Luanda apesar dos temores iniciais de que o plano fosse apenas um "show off" do GPL.

Entretanto, estes automobilistas e comerciantes, assim como os moradores, pedem ao GPL que não recue na decisão, visto que Luanda ganhou uma nova imagem e o trânsito automóvel flui muito melhor.

"Na verdade, Luanda está a ficar organizada com esta medida. Esperamos que dure e que não seja apenas por um período", disseram ao Novo Jornal Lamine Yusset, cidadão guineense que trabalha no ramo do comércio em Luanda.

Mateus Almeida, gerente de uma loja no São Paulo, contou que já era sem tempo de o Governo tomar medidas sérias e salienta que o reordenamento do comércio melhorou a imagem de Luanda e dá tranquilidade aos automobilistas.

César André e Mónica Guimarães, moradores da zona do São Paulo, disseram que pela primeira vez desde há 20 anos, vivem em paz na zona, mas apelam às autoridades para não facilitarem, para que tudo não volte ao que era.

Pensamento similar ao do César André e Mónica Guimarães têm vários automobilistas com quem o Novo Jornal conversou. Mauro Mentes, Tiago Costa e Francisco Viana Domingos asseguram que em muitas zonas de Luanda há fluidez no trânsito desde que houve o reordenamento do comércio.

Mercados do Asa Branca, Congolenses e do S. Paulo com bancadas ocupadas

O plano de reordenamento do comércio em Luanda levou a que muitas vendedoras que outrora se encontravam a vender nas ruas e passeios, fossem parar ao interior dos mercados para continuarem a comercializar os seus produtos.

Em alguns mercados da cidade de Luanda, como Asa Branca, Congolenses e do S. Paulo, as bancadas anteriormente vazias estão agora preenchidas e diariamente várias comerciantes são encaminhadas pelas administrações destes mercados para um lugar no mercado.

O Novo Jornal apurou que no Mercado do São Paulo, por exemplo, mais duas mil zungueiras aderiram nas últimas semanas. Número idêntico registou-se no mercado do Asa Branca.

Manuel Homem, que está a governar Luanda há menos de um ano, disse que o Governo não está a lutar contra as zungueiras, depois de estas se terem manifestado contra o seu plano de reordenamento do comércio, nem pretende acabar com a venda ambulante, mas reorganizar as zonas comerciais.

O Governador disse que muitos armazéns grossistas estão em espaços não consignados para a venda a grosso e não cumprem as regras de higiene.

Motorizadas de três rodas continuam a transportar passageiros apesar da proibição do GPL

Se por um lado o reordenamento da venda desordenada está a melhorar a imagem de Luanda, por outro, as motorizadas de três rodas, também conhecidas como "kupapatas", que estão proibidas de transportar passageiros por serem motociclos de mercadorias, continuam a transportar cidadãos tanto nas zonas urbanas como nas suburbanas.

Alguns passageiros dizem que estas motorizadas os têm ajudado a economizar o dinheiro do táxi, visto que é muito dispendiosos apanhar um "azul e branco" nas primeiras horas do dia.

Outros asseguram que é um erro o GPL proibir a transportação de passageiros, visto que não há transportes públicos disponíveis para as populações.

Vários moto-taxistas disseram ao Novo jornal que esta proibiçãodo GPL é apenas para o centro da cidade, e que esta actividade está autorizada nas zonas suburbanas, assegurando que têm trabalhado com normalidade.

O chefe da Direcção de Trânsito e Segurança Rodoviária da província de Luanda, Simão Saulo, declarou que a Polícia Nacional está a redobrar a fiscalização.

"Estes motociclos foram concebidos e adaptados exclusivamente para o transporte de mercadorias e não de passageiros, como se tem verificado, portanto, estamos a redobrar a fiscalização no sentido de repor a legalidade", avisou o responsável.

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