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Sábado, 14 Janeiro 2023 15:30

Policia angolana desmente roubo do navio apreendido na Espanha e diz que saiu de Angola de forma legal

O Serviço de Investigação Criminal de Angola, informou em comunicado, nesta sexta-feira, que o navio “Simione”, de nacionalidade angolana, com a matrícula 0022-26/29/SIM/2010 IMO 9248978, apreendido recentemente no Reino de Espanha, com 3,3 toneladas de droga do tipo cocaína, não foi roubado.

Segundo o comunicado do Serviço de Investigação Criminal de Angola, o qual Angola24Horas teve acesso, que descarta o furto, garante que o referido navio nunca esteve sob custódia da Polícia Fiscal Aduaneira nacional.

Também, esclarece que o navio saiu dos espaços marítimos sob soberania e jurisdição do Estado angolano, cumprindo com todas as formalidades e procedimentos legais, com as devidas autorizações dos órgãos competentes e sob direcção da sua tripulação.

Assim sendo, adianta que as autoridades angolanas acompanham com a devida atenção o desenvolvimento do processo-crime que envolve a apreensão desta embarcação, no âmbito da cooperação existente com a sua congénere espanhola.

O barco, batizado com o nome "Simione", tem mais de 40 metros e foi intercetado no Atlântico pelas autoridades espanholas, dentro de uma operação de combate ao tráfico de droga que já havia colocado o pesqueiro sob vigilância.

O "Simione" levava a bordo mais de três toneladas de cocaína, que haviam sido passadas desde outro barco em alto mar, e pretendia fazer chegar a droga à costa espanhola, mais em concreto à Galiza, no norte de Espanha, segundo as informações divulgadas pelas autoridades policiais de Espanha.

Depois de intercetado, o barco foi levado para as ilhas Canárias, também em Espanha, e os três tripulantes estão agora em prisão preventiva.

Em terra, na Galiza, a polícia espanhola deteve mais 13 pessoas.

O "Simione" foi fretado num porto do Senegal pela organização de narcotraficantes espanhola e depois fez parte de um esquema usado pelo grupo que passava por, através de uma empresa pesqueira, simular que os barcos faziam campanhas de pesca no Atlântico, junto às costas africanas, recolhendo em alto mar droga de outros barcos e fazendo-a depois chegar a terra, na Galiza.

No caso do "Simione", outros elementos da rede estavam a arranjar um barco num porto galego para ir ao encontro do pesqueiro e fazer, em águas territoriais portuguesas, um novo transbordo da droga, que seria depois então levada para a Galiza, segundo revelaram as autoridades espanholas.

A operação recebeu o nome de "Sugar Brown" ("açúcar castanho") e além de investigadores e forças policiais de Espanha, contou com a cooperação de autoridades do Senegal, onde foram vigiados os traficantes galegos que se deslocavam ao país africano para fretar barcos e contratar tripulações.

Também a agência norte-americana de combate ao narcotráfico (DEA, na sigla original) e a autoridades britânicas de combate ao crime colaboraram nesta investigação, segundo fontes citadas pelos meios de comunicação social espanhóis.

Em terra, na Galiza, foram revistadas casas e empresas e entre os bens apreendidos estão carros de gama alta, dispositivos eletrónicos encriptados e 20 mil euros em dinheiro, além de 1,5 quilos de cocaína e 1 quilo de heroína.

Esta investigação havia começado no início de 2022 e terminou com o desmantelamento da rede de tráfico de droga galega, em 21 de dezembro, dia em que o "Simione" foi intercetado com as três toneladas de drogas escondidas a bordo, e depois levado para as Canárias, onde permanece à guarda das autoridades espanholas.

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