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Quarta, 29 Junho 2022 21:52

Investigações a “Kopelipa” e “Dino” sem resultados nos tribunais angolanos

Pouco mais de seis meses depois dos Estados Unidos terem acusado o antigo ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência de Angola Manuel Helder Vieira Dias Junior “Kopelipa” e o antigo chefe do Serviço de Comunicação do Governo Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” de desvio de biliões de dólares do Governo angolano não há qualquer indício de que a Procuradoria Geral da República (PGR) angolana esteja a planear qualquer acção contra eles.

Em Dezembro do ano passado, o Departamento do Tesouro americano anunciou sanções contra aquelas duas entidades e ainda contra quatro companhias de ou controladas pelo general Dino.

Na altura , a PGR estava já a investigar as acções dos dois dois generais envolvidos com um empresários chinês que foi, entretanto, detido na China e houve noticias de que face às investigaçoes que decorriam em Angola os dois generais teriam informado o Presidente João Lourenço de que estavam dispostos a entregar ao Estado activos que poderiam ascender a mais de mil milhões de dólares.

Nunca houve, contudo, qualquer confirmação se isso foi efectuado e se, em troca, o Estado angolano não iria levá-los a tribunal.

Duas organizaçoes não governamentais , a Friends of Angola (FoA) e o Observatório de Coesão Social e Justiça, mostram-se preocupadas com o silêncio das autoridades judiciais angolanas

O director executivo da organização não governamental "Friends of Angola", Florindo Chivucute acusa as autoridades judiciais angolanas de mostrarem pouca vontade de levarem a cabo quaquer acção contra aqueles dois antigos destacados membros do Governo.

“Não tem havido vontade por parte da justiça angolana, ....não tem tido seriedade de poderem levarem estes casos até ao final”, diz.

Chivucute afirma estarem muitas destas entidades a usarem companhias falsas (“testas-de-ferro”), como forma de fugirem à responsabilidade criminal dos recebimentos ilícitos em que estes generais estão envolvidos.

“É evidente que os detentores de cargos públicos usam a táctica de testas-de-ferros, ou seja, usam terceiros para poderem colocar o dinheiro roubado, mas muitos destes indivíduos já estão identificados e já que o tribunal angolano não tem estado a cumprir o seu papel as associações vão juntar dados e continuar os processos”, conclui.

Para o presidente do Observatório de Coesão Social e Justiça, Zola Bambi, é preocupante o silêncio das autoridades angolanas neste processo, mas diz acreditar que ainda assim as autoridades americanas continuarão a fechar o cerco aos titulares das contas e seus “testas-de-ferro”. VOA

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