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Terça, 11 Mai 2021 17:32

População de Luanda desrespeita às medidas contra Covid-19

Aglomerados populacionais, uso incorrecto ou sem máscaras faciais é o cenário registado em diversos pontos da cidade Luanda, 24 horas depois da entrada em vigor do novo pacote de medidas restritivas impostas pelo Executivo para a prevenção e combate contra a Covid-19.

Pelos bairros e várias artérias da capital do país a reportagem da ANGOP constatou o desrespeito das medidas em vigor para fazer face ao crescente aumento de casos positivos da Covid-19 e numa altura em que Luanda já regista a circulação comunitária das variantes sul-africana e inglesa.

O cenário é caracterizado por paragens de táxis e de autocarros cheias, sem o mínimo distanciamento, alguns estabelecimentos comerciais sem medidor de temperatura, álcool em gel ou recipiente para lavagem e higienização das mãos e cidadãos sem a mínima preocupação pelas regras de biossegurança.

O mesmo filme é registado nos transportes colectivos urbanos, táxis e viaturas particulares, que continuam com a lotação máxima.

Sem meio próprio, sendo obrigado a usar os transportes colectivos urbanos para as delocações de ida e volta de casa para o serviço e vice-versa, o funcionário público João Bengui afirma que enquanto não houver maior disponibilidade de meios de transportes nas vias o cenário, em termos de aglomerados nas paragens, muito dificilmente mudará.

Em relação uso da máscara facial considera ser uma responsabilidade de cada um, sendo apenas necessário que os cidadãos tenham consciência do perigo da Covid-19 na vida familiar.

Já Marta Jorge diz não compreender a razão das enchentes nas paragens tendo em conta a redução da força de trabalho para 50%, bem como a insistência de alguns cidadãos ao uso incorrecto ou não da máscara facial.

A cidadã apela para o reforço da sensibilização e intervenção da polícia para se acabar com o sentimento de impunidade de algumas pessoas que se acham acima da Lei.

A propósito, a psicóloga Domingas Francisco apontou a necessidade de os cidadãos ganharem consciência de que a Covid-19 existe e exige de todos o comprometimento no que ao seguimento das regras estabelecidas diz respeito.

A especialista aconselha o Executivo a reforçar o trabalho de sensibilização nos órgãos de comunicação sociais para mostrar o real perigo da Covid-19, com palestras, teatro, séries, debates.

Angola observa, a partir desta segunda-feira, 10, um novo período restritivo no quadro das acções do Executivo de prevenção e combate à Covid-19.

Dentre as novas medidas incluídas no Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública, a vigorarem até 8 de Junho, consta a redução da força de trabalho de 75 por cento para 50 nos serviços públicos e privados em Luanda, à excepção das instituições de ensino, saúde, forças de defesa e ordem pública, comunicação social, energia e águas, portos e aeroportos, agências bancárias e serviços de recolha de resíduos sólidos, que deverão mantê-la a 100 por cento.

As restrições incluem o encerramento dos restaurantes e similares, em Luanda, aos fins-de-semana, e a proibição da saída e entrada de Luanda sem autorização, à excepção de cidadãos em missão de serviço, devidamente credenciados, comerciantes com bens e serviços, transporte de doentes ou transladação de cadáveres.

Para impedir a importação de novas variantes da doença, o Governo determinou, também, a proibição de entrada de cidadãos estrangeiros não-residentes, provenientes ou com passagem pelo Brasil e pela Índia.

Durante a vigência das novas medidas, com o fim previsto para 8 de Junho, as salas de cinema, em Luanda, voltam a ser fechadas.

Comandante-Geral da Polícia promete fazer cumprir medidas de biossegurança

O Comandante-Geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, afirmou, nesta terça-feira, que a corporação será "implacável" contra os incumpridores e desrespeitadores das novas medidas de prevenção contra a Covid-19.

Segundo o responsável, a Polícia Nacional (PN) será firme na sua missão para assegurar que as orientações resultantes da actualização do Decreto Presidencial sobre as medidas de protecção contra a Covid-19, que entrou em vigor segunda-feira (10), sejam cumpridas.

Desta forma, pediu aos cidadãos e às instituições compreensão e o cumprimento escrupuloso das orientações, “porque o objectivo é tão somente salvar vidas humanas”.

Paulo de Almeida fez tais declarações no acto de outorga de 205 diplomas ao V grupo de licenciados em Ciências Policiais e Criminais do Instituto Osvaldo Serra Van-Dúnem.

Por outro lado, reconheceu que a PN precisa de melhorar a sua actuação, sobretudo no que toca à inter-relação com o cidadão e a sua análise policial.

"Precisamos de conhecer melhor os fenómenos que interferem no comportamento do homem para podermos agir com maior objectividade, operacionalidade e ciência", admitiu o comissário-geral da Polícia Nacional.

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