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Quarta, 25 Novembro 2020 17:30

Activistas poderão exigir corpo de Inocêncio de Matos este sábado em Luanda

Um colectivo de activistas cívicos, amigos e família, vão se manifestar defronte ao hospital Américo Boa Vida para exigir a realização da segunda autópsia, na presença de familiares e um fotógrafo escolhido por esta, e entrega do corpo de Inocêncio Matos para ser enterrado.

O acto silencioso, afirmou o activista Dalí, vai partir do referido hospital e estender-se-á às ruas arredores da Avenida Brasil, local em que Inocêncio foi morto, durante os protestos contra o elevado custo de vida, desemprego e pelas autarquias locais.

Há duas semanas, desde o falecimento de Inocêncio de Matos, activista morto durante a manifestação de 11 de Novembro corrente, em Luanda, continuam as barreiras para a marcação da data do funeral deste, devido a falta de exames "credíveis" que comprovem para a família e advogados, as reais causas que estiveram na base da sua morte.

A 20 de Novembro, a PGR emitiu um comunicado de imprensa, em que defende a versão da Polícia Nacional de que Inocêncio de Matos, foi “gravemente ferido durante as manifestações do dia 11 de Novembro e que viria a sucumbir um dia depois, no Hospital Américo Boa Vida, após intervenção cirúrgica, na mesma nota em que rejeita a inclusão de um fotógrafo, alegando que este é alheio a profissão forense.

Os advogados da família continuam com a ideia de que para levar o caso ao Tribunal, precisam de fazer uma segunda autopsia na presença dos representantes legais e incluindo um fotógrafo para fazer imagens para no futuro, o juiz poder analisar se os ferimentos na cabeça de Inocêncio Alberto de Matos foram feitos por tiro ou por “objeto contundente” como insinua a Polícia Nacional e acusam a PGR de obstrução de provas e da verdade, alertando não existir na lei, algum dispositivo que proíba fotografias ao cadáver sendo que é uma prática universal fazer imagens do mesmo para se apresentar em tribunal.

Nesta segunda-feira, 23, quando tudo apontava para um desfecho que permitisse avançar para uma autópsia e com a presença de um fotógrafo, requerida pelo corpo de advogados da família, eis que a PGR, decidiu ludibriar uma vez mais todos, incluindo o pai da vítima, senhor Alfredo, que no pretérito sábado desistiu do protesto que efectuava defronte daquela instituição, com a garantia de que haveriam de reunir com ele para dar desfecho favorável da sua reivindicação.

"Por este mesmo motivo, o funeral continua sem data, aguardando-se desta feita um novo recurso dos advogados para os passos posteriores", conforme declarações que este informativo teve acesso.

Angola 24 Horas Online, contactou na manhã desta quarta-feira, Jugolfo Afonso, um dos advogados a par do processo que afirmou não ter resposta para a realização da segunda autópsia, cujas previsões apontam para esta quinta-feira, 26, caso lhe seja permitido fazerem fotografias ao corpo, antes de ser submetido à autópsia.

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