Filomenos dos Santos está indiciado pela prática de cinco crimes, como abuso de confiança, burla por defraudação e peculato, crimes com molduras penais que vão dos 8 aos 12 anos. Já o suíço-angolano está indiciado pela prática dos crimes de branqueamento de capitais, associação criminosa e burla por defraudação.
De acordo com várias fontes judiciais, sob suspeita está o pagamento de 9,9 mil milhões Kz, equivalente a 82,5 milhões USD ao câmbio de 2015, pelo Fundo Soberano de Angola (FSDEA) a empresas de Bastos de Morais (até Janeiro o único gestor dos activos do FDSEA, através da Quantum Global).
Esta verba seria utilizada para um negócio de construção imobiliária na capital do País, num terreno que era alegadamente propriedade de uma empresa de Bastos de Morais e seria uma segunda empresa (Afrique Imo), também do gestor suíço-angolano, que ficaria com a gestão do projecto, depois de concluído, adiantaram as fontes.
O filho varão do ex-Presidente Eduardo dos Santos e ex-PCA do Fundo Soberano, foi ouvido na semana passada (uma semana após Bastos de Morais) no âmbito do processo nº22/18-DNIAP.
No interrogatório que decorreu no 5.º andar do Palácio da Justiça, Filomeno dos Santos, de 40 anos, e Bastos de Morais, de 51 anos, alegaram que o referido acordo não chegou a ser executado, "devido à crise económico-financeira, à consequente desvalorização constante do Kwanza e às dificuldades no acesso às divisas", pelo que "o Fundo Soberano e a Afrique Imo/Bonsul, S.A se viram obrigadas a rescindir os contratos e a proceder à devolução dos valores em Kwanzas" nas condições previstas nos contratos. Expansão