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Quarta, 11 Mai 2016 09:32

UNITA é contra adiar as eleições por causa da crise económica

A UNITA defendeu ontem o cumprimento do Plano de Tarefas Essenciais para a Preparação e Realização das Eleições Gerais.

A posição foi manifestada pelo secretário para os Assuntos Eleitorais do partido, Vitorino Nhany, durante uma conferência de imprensa realizada em Luanda.  

Na ocasião, o dirigente da UNITA manifestou-se contra um eventual adiamento das próximas eleições gerais, previstas para o próximo ano, apesar da crise económica e financeira que assola o país. Vitorino Nhany, que falava em conferência de imprensa para analisar o ponto de situação de preparação das próximas eleições, disse que a UNITA suspeita que haja uma intenção de se adiar o pleito eleitoral, devido à situação financeira do país. 

Questionado sobre se o seu partido tinha provas palpáveis sobre a intenção de se adiarem as eleições, Vitorino Nhany respondeu negativamente, afirmando que se trata apenas de suspeições.

Apesar disso, o dirigente do maior partido na oposição insistiu que nem mesmo a actual crise económica e financeira pode ser a justificação para a não realização das eleições gerais de 2017. “Desencorajamos quem esteja a pretender materializar, em vão, tal intenção porque estaria a violar a Constituição (da República) e, sobretudo, estaria contra a vontade do titular do poder político - o povo. Se alguém pensar que por causa da dita crise não há condições financeiras e materiais para o efeito, então estará enganado”, referiu o político. Vitorino Nhany disse terem sido alocadas à guarda do Presidente da República cerca de 130 mil milhões de dólares no período entre 2011 e 2014. Sem avançar a fonte das informações que prestava, o secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA acrescentou que daquele valor, 93 mil milhões de dólares são relativos à Reserva Estratégica Financeira Petrolífera para Infra-estruturas de Base e 37 mil milhões do Fundo do Diferencial do Preço do Petróleo.

O dirigente da UNITA apontou ainda como suspeição para que se adiem as eleições o facto de notar atrasos na sua preparação. “Muitas das tarefas essenciais para a preparação e realização das eleições gerais e autárquicas ainda não foram materializadas”, disse. 

O Plano de Tarefas Essenciais para a Preparação e Realização das Eleições Gerais previa a massificação do registo civil e atribuição do Bilhete de Identidade de cidadãos maiores até finais de Março deste ano, a preparação das condições para o reinício da actualização do registo eleitoral (Julho-Julho de 2015) e a realização da actualização do registo eleitoral até Março de 2017.

Outra suspeição da UNITA, segundo Vitorino Nhany, tem a ver com o anúncio do Presidente da República de se retirar da vida política activa em 2018. “Por que não disse que vai sair em 2017?”, questionou-se.

O presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, anunciou em Novembro do ano passado, durante uma reunião do comité central do seu partido, que as próximas eleições gerais deverão ser realizadas em Agosto de 2017. O ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, garantiu no mês passado, durante um encontro com jornalistas, que não havia nenhuma intenção de se adiarem as eleições previstas para o próximo ano.

Jornal de Angola

 

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