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Quinta, 05 Mai 2016 14:21

Conferência de Luanda inquieta MPLA

Em causa, estão supostas irregularidades na tramitação das listas de candidatos provenientes das bases, assunto que OPAÍS deu à estampa, em primeira mão, na sua edição de Terça-feira.

A direcção do MPLA estará a ponderar a possibilidade de anular os resultados da 2ª Conferência Municipal de Luanda que, na última semana, elegeu os candidatos e delegados ao VII Congresso deste partido marcado para Agosto deste ano. OPAÍS apurou, de fonte partidária, que a liderança do partido que chefia o Governo não se mostrou simpática com as denúncias dos militantes sobre “graves irregularidades e sinais claros de desorganização” do evento.

“Não se compreende que nomes de candidatos eleitos nas bases desapareçam pura e simplesmente”, disse a fonte. Acrescentou que, na sequência, os grupos de acompanhamento do secretariado do Comité Central deverão ser chamados a dar explicações sobre o que terá ocorrido durante as conferências distritais da capital do país. Segundo a fonte deste jornal, a importância e a envergadura do município de Luanda, que representa a província, detém quadros “com suficiente capacidade profissional” para não permitir o tipo de desorganização que se verificou na preparação e realização da conferência municipal de renovação de mandatos.

Durante aquele evento, conforme noticiou OPAÍS, cerca de uma dezena de militantes levantou- se para denunciar casos de militantes eleitos cujos nomes haviam “sumido” da lista submetida ao conclave e supostamente substituídos por outros. Eles aproveitaram a presença do primeiro secretário, Higino Carneiro, para esclarecer que tinham sido eleitos para ocupar alguns cargos partidários ao nível distrital, o que lhes conferia o direito de serem escolhidos como delegados à Conferência Municipal. Eles alegaram não compreender o motivo de não fazerem parte da referida lista.

“Eu tinha sido eleito para o cargo de primeiro secretário de um dos distritos urbanos e, até agora, o meu nome não consta na lista, não compreendo porquê? Se for por questões pessoais que me digam aqui”, desabafou um dos militantes. Higino Carneiro foi a primeira figura dos “camaradas” a manifestar surpresa com o que se estava a passar no Hotel de Convenções de Talatona, na passada Sexta-feira.

“Eu não posso ficar indiferente ao que estamos a observar”, disse. Na altura, o homem forte do MPLA em Luanda considerou “uma vergonha” o que estava a ouvir dos militantes e atribuiu aos primeiros secretários comunais a responsabilidade pelo que estava a ocorrer.

© O PAÍS 

 

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