Sexta, 28 de Novembro de 2025
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Sexta, 28 Novembro 2025 20:22

Oposição angolana admite unir forças para alternância política em 2027

Dirigentes da oposição angolana defenderam hoje partidos fortalecidos e admitiram unir forças para disputar a alternância política nas eleições gerais de 2027, face aos 50 anos de governação do MPLA.

Em declarações à Lusa hoje, à margem do XIV Congresso Ordinário da UNITA, Filomeno Vieira Lopes, presidente do Bloco Democrático, destacou que o congresso é "uma demonstração de que a oposição séria trabalha de forma democrática", considerando que os congressos representativos e as eleições internas "tém um profundo significado para Angola".

"O que esperamos é que efetivamente aqui se reúnam políticas, estratégias de unidade, no sentido de alternância do poder", afirmou.

Sobre as expectativas para 2027, o dirigente assumiu que o Bloco Democrático está já em preparação, defendendo que o país precisa de uma mudança política.

"É necessário, neste momento, reverter a situação política no sentido de haver uma alternância em Angola. São 50 anos de um mesmo partido e os indicadores sociais, politicos e económicos não são bons", frisou.

Para Filomeno Vieira Lopes, a unidade da oposição é decisiva: "É preciso, praticamente é imperativo, a unidade das forças políticas da oposição e da sociedade civil, no sentido de provocarmos essa alternância".

Questionado sobre cenários eleitorais, admitiu que o Bloco Democrático, que se apresentou nas últimas eleições integrado na Frente Patriótica Unida liderada pela UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), está disponível para uma coligação.

Entre os politicos presentes estava também Manuel Fernandes, presidente do Renova Angola novo nome do antigo PALMA, que integrava a coligação CASA-CE.

O dirigente, que liderou a CASA-CE entre 2021 e 2023, considerou o congresso da UNITA "uma festa da democracia", elogiando a pluralidade interna, em que sai a ganhar o partido, "mas também saem ganhar os angolanos que reclamam por partidos fortes para poder contribuir para uma viragem no contexto político".

Manuel Fernandes disse acreditar que a UNITA "poderá sair daqui fortalecida" e "rejuvenescida", apesar de as disputas internas deixarem marcas.

"Nos congressos eletivos há sempre situações de fissuras (...) e o lider que sair daqui tera a missão de trabalhar para repor a unidade", admitiu.

Quanto ao futuro do Renova Angola, explicou que a prioridade é estruturar e expandir o partido.

"Estamos a trabalhar para fortificar o Renova Angola, torná-lo um instrumento válido e útil para o pais", disse, adiantando que só mais próximo de 2027 será definida a forma de participação eleitoral.

"A prioridade agora é fortificar o partido, expandi-lo em todo o território nacional, formar os militantes e transmitir aos angolanos aquilo que é a nossa vocação principal, que é libertar o país da condição difícil em que se encontra."

Questionado sobre uma possível frente unida da oposição, Manuel Fernandes respondeu que tudo depende da maturidade politica.

"Se houver maturidade das forças políticas na oposição em poder edificar um instrumento único, válido para o país, é claro que nós poderemos abraçar. Por que não?", declarou.

O XIV Congresso Ordinário da UNITA decorre até domingo no Complexo Sovsmo, em Viana, reunindo 1.251 delegados que vão eleger o novo presidente do partido entre Adalberto Costa Júnior, recandidato ao cargo, e Rafael Massanga Savimbi.

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