Francisco Pereira Furtado, que se deslocou àquela região petrolífera, no norte do país, em trabalho, admitiu que apesar da estabilidade, as autoridades têm vindo a acompanhar "com apreensão a situação concreta de Cabinda".
"Cabinda vive uma estabilidade do ponto de vista de segurança e defesa do território, mas fenómenos com incidência em actos preparados a partir de territórios vizinhos têm criado, periodicamente, algumas situações de instabilidade na orla fronteiriça, particularmente com a República Democrática do Congo [RDCongo]", disse Francisco Pereira Furtado.
Sem especificar esses actos, o chefe da Casa Militar do Presidente da República referiu que este quadro tem vindo a alterar-se.
"Felizmente, de um tempo a esta parte, os nossos vizinhos (...), fruto de um trabalho realizado entre os serviços de segurança e inteligência de ambos países, as autoridades da República Democrática do Congo compreenderam que a boa vizinhança e a garantia da segurança na fronteira comum (...), particularmente na região fronteiriça da província de Cabinda, deve ter outro rumo", frisou.
Segundo Francisco Pereira Furtado, as autoridades da vizinha RDCongo começaram a realizar acções para "eliminar as lacunas que existiam, no tocante a forças hostis, que podem criar instabilidade ao longo da fronteira comum".
"No entanto, temos ainda outros factores de risco, nomeadamente o contrabando de géneros alimentícios, riscos e ameaças no transporte de passageiros e de cargas, ao longo da via fluvial entre o Soyo [província do Zaire] e Cabinda e temos tido consequências que são do domínio de todos, com a perda de vidas humanas e de meios, que podiam ser salvaguardados se as condições (...) estivessem melhor asseguradas e com a estabilidade que merece", referiu.
O governante salientou que as autoridades estão também preocupadas com o fenómeno do contrabando de combustíveis, do garimpo e contrabando do ouro, a imigração ilegal e a segurança da costa marítima e dos objectivos estratégicos existentes na província de Cabinda.
O tráfico de seres humanos, tráfico e contrabando de armas, a pesca ilegal e a insegurança à volta das plataformas petrolíferas foram igualmente citadas por Francisco Furtado, assinalando que "têm criado inúmeros constrangimentos às empresas do sector petrolífero e têm constituído riscos e ameaças para a segurança destes objectivos instalados ao longo da costa marítima".