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Terça, 28 Outubro 2014 19:22

Deputados da oposição dizem-se manietados pelo poder

Os partidos da oposição em Angola insistem na exigência da transmissão integral dos seus pronunciamentos na comunicação social pública, no início do ano legislativo que arranca formalmente esta quarta-feira, 29.

Abordados pela  VOA,  os líderes dos grupos parlamentares dos principais partidos  da oposição prometeram igualmente exigir   a redistribuição dos lugares na Comissão Nacional Eleitoral e a nomeação dos assistentes parlamentares para os deputados.

O   chefe adjunto da bancada parlamentar da Unita Adalberto da Costa Júnior antevê  um ano legislativo “complexo”  dada à inflexibilidade do MPLA em atender as inquietações da oposição. Os deputados não são pessoas que sabem tudo  e o regulamento da Assembleia prevê que o deputado deva ter assistente, mas não temos tido a possibilidade  ver esta problemática ultrapassada”, afirmou.

O deputado reiterou que ao  longo da sessão legislativa  que começa  será reafirmado o desejo de ver garantida a transmissão em directo das sessões parlamentares na rádio e na televisão do Estado. “Se o cidadão soubesse  o que se passa aqui com abertura plena sobre o que tem ocorrido aqui, certamente  a imagem do MPLA estaria muito penalizada”, declarou.

Por seu turno, o chefe da bancada parlamentar da CASA-CE André Mendes de Carvalho    afirmou   que  o facto de aos deputados não estar ser dado o direito  assistentes por forma a complementar  o seu trabalho, concorre para que os mesmos não possam exercer a iniciativa legislativa de forma  adequada. “Há a intenção de alguém em não proporcionar os meios financeiros para que o deputado tenha estes elementos para  poder  fazer seu trabalho”, completou o deputado.

Tal como o seu  colega da Unita, o dirigente da Casa-CE  defendeu que o parlamento deve  permitir que os argumentos dos deputados durante as discussões sejam do conhecimento dos cidadãos eleitores. “Não nos dão  tempo e não deixam dirimir as nossas diferenças e só passam aquilo que  lhes convém”, lamentou  o deputado “Miau”.

O parlamentar Benedito Daniel também deu razão às críticas feitas por algumas organizações não governamentais que sugerem que  os parlamentares nada  fizeram durante a sessão passada em matéria de produção de leis. “Eles podem ter alguma razão porque nesta casa produzem-se poucas leis de iniciativa legislativa dos próprios deputados”, disse o deputado  do PRS.

Ele  justificou  a falta  de mais iniciativas da oposição ao  reduzido número de  assentos no  parlamento que  não permite ter o quorum suficiente para fazer passar alguma proposta de lei.

Por seu turno, o presidente   da FNLA Lucas Ngonda referiu que os assistentes vão permitir que os deputados desempenhem de forma eficaz a sua função política e social e sublinhou que a transmissão directa dos debates tem importância para a conduta dos cidadãos.

Em declarações anteriores feitas à imprensa o chefe do grupo parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira  defendeu que a transmissão  das sessões parlamentares não é uma exigência constitucional.

A  sessão de amanhã, 29, terá como assunto de discussão, na generalidade,  a proposta de Revisão da Lei  Geral do Trabalho  e na quinta-feira, 30, o debate sobre  a sinistralidade rodoviária, proposta  pelo MPLA.

Voanews

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