O nacionalista Dino Matrosse considerou, ontem, que é impossível construir um país às pressas, como muitos jovens gostariam, pelo que apela aos mais novos paciência e sentido de espera às acções e políticas públicas que estão em curso com vista a desenvolver Angola.
Falando ao jornal OPAIS, à margem de uma conferência sobre a Luta de Libertação Nacional, realizada pela Universidade Jean Piaget, Dino Matrosse disse ser utopia comparar as dificuldades de Angola com outros países da Europa que encontra-se numa escala de desenvolvimento maior.
Conforme explicou, o tão almejado desenvolvi- mento de Angola carece, fundamentalmente, da contribuição de todos, independentemente partidária, pelo que é de todo importante que as pessoas devem deixar de apontar dedos a deter- minados grupos culpando-lhes do atraso a que o país esteve submetido.
Os anos, defendeu Dino Matrosse, são de trabalho conjunto com vista a alavancar a "Angola que todos sonham" e que foi o motivo principal de a sua geração ter enfrentado as forças do colono com todos os meios e formas para fazer o caminho da liberdade.
"Se não fosse por isso, não faria sentido a nossa luta. De nada nos poderia valer ter feito a revolução e com todas as dificuldades que vivemos", apontou o também membro do Conselho de Honra do partido MPLA.
Aqui os jovens podem ser realizados
Segundo ainda Dino Matrosse, é no seio da juventude que se assiste, de forma frenética, uma necessidade urgente de ver o país a avançar. Essa necessidade, explicou, não tem mal algum, mas, frisou, deve ser realizada com respeito e obediência às etapas que os desafios do país impõem.
De acordo com o antigo deputado do MPLA, partir para a emigração, como muitos jovens têm optado, não é a solução porque o país precisa de todos os seus filhos para chegar ao nível de outras nações.
Neste sentido, no seu entender, a "falsa" ideia de que em Angola não há oportunidade de cresci- mento e desenvolvimento da juventude é um pensamento que deve ser combatido, não com armas, mas com debates e ideias, pelo que os jovens devem ser chamados a assumir esta responsabilidade.
"Portugal, aonde todos os jovens querem lá estar, não se desenvolveu num dia. Houve todo um trabalho. Aqui, também, os jovens podem permanecer na sua província e aldeia de origem para ajudar no seu desenvolvimento", defendeu.
"Portugal, aonde todos os jovens querem lá estar, não se desenvolveu num dia. Houve todo um trabalho. Aqui, também, os jovens podem permanecer na sua província e aldeia de origem para ajudar no seu desenvolvimento". OPAÍS