Quinta, 25 de Abril de 2024
Follow Us

Segunda, 29 Agosto 2022 14:53

Ativista denuncia perseguições e detenções arbitrárias em Angola

Ativistas da Sociedade Civil Contestatária angolana denunciaram perseguições e detenções arbitrária no período pós-eleitoral, lamentando terem sido impedidos de realizar uma conferência de imprensa, em Luanda, que estava prevista para esta manhã.

Em declarações à Lusa, o ativista Pembele Pacavira, integrante da SCC e um dos organizadores da conferência de imprensa, disse que não conseguiram realizar a mesma por impedimento da polícia.

Os ativistas deslocaram-se ao local pelas 06:00, mas a essa hora já a polícia havia cercado o espaço que tinham programado para a atividade, no Cazenga, em Luanda, afirmando ter-se deparado com um "cenário totalmente abarrotado".

"Ficámos lá cerca de duas horas à paisana, mas infelizmente começaram a perseguir-nos, tivemos de abandonar o local, para evitar detenções", declarou, afirmando desconhecer as razões por que a polícia inviabilizou a conferência que se iria realizar no mural da cidade, na Mulemba Waxa Ngola, já que se trata de um espaço público.

O ativista acrescentou que tentaram falar com a polícia, a abordagem foi "arrogante" e intimidaram com detenções , acusando a polícia de falta de diálogo: "disseram-nos para nos afastarmos senão seriamos detidos".

Explicou que pretendiam apresentar a sua posição face aos resultados provisórios das eleições divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que consideram "não corresponder à realidade".

Queriam também falar sobre "as detenções arbitrárias que estão a acontecer no país", apontando casos no Uíje, Malanje e Benguela, bem como perseguições em Luanda.

Houve situações em que a polícia nacional usou disparos para dispersar grupos que pretendiam "exigir verdade eleitoral" e manifestar-se contra os resultados provisórios apresentados pela CNE.

Um dispositivo policial com duas dezenas de elementos concentrou-se hoje junto a um local para onde estava agendada uma conferência de imprensa de ativistas para contestar os resultados eleitorais de Angola.

No local, a Lusa testemunhou esta manhã dois agentes a afastarem motoqueiros que fazem serviço de táxis sem invocar qualquer razão, bem como um dispositivo policial com duas dezenas de elementos.

Segundo dados divulgados pela CNE, o MPLA venceu as eleições em Angola com 51% dos votos contra 44% da UNITA, segundo os resultados definitivos hoje anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Os resultados finais estão a ser presentados na sede da CNE pelo presidente do órgão, Manuel Pereira da Silva.

Segundo os dados apresentados, votaram 44,82% dos 14,4 milhões de eleitores, com 1,67% de votos brancos e 1,15% de votos nulos.

O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, ou seja 51,17%, elegendo 124 deputados, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados, com 43,95% do total.

O plenário da CNE proclamou assim Presidente da República de Angola, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, o partido mais votado e vice-presidente, Esperança da Costa, segunda da lista do MPLA.

No entanto, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, contestou na sexta-feira a vitória do MPLA e pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.

Rate this item
(0 votes)