De acordo com Graça Campos, àqueles que, repentinamente, descobriram que a caça "aos maiores saqueadores do erário, que se encontram foragidos da justiça angolana" é uma boa forma de ocupação de tempo, é conveniente lembrar que a fábrica de marimbondos não faliu com a "mudança" de paradigma em 2017.
O analista político, afirmou então que, a adjudicação, sem concurso público, de empreitadas públicas a mesmos beneficiários, a sobrefacturação de preços das obras dos PIIM, a aquisição de vacinas anti-Covid pelo dobro ou triplo do preço no mercado internacional geram, nos dias de hoje, saqueadores do erário iguais aos que se encontram foragidos da justiça angolana.
E a propósito de justiça angolana, acrescentou, também é conveniente lembrar a esses súbitos caçadores, que no topo dela estão as mesmíssimas pessoas que, no tempo da outra senhora, negavam a existência de evidências e muito menos de práticas de corrupção em Angola.
"Agora que estão "reformados", portanto, com tempo disponível, frequentem os tribunais superiores para saberem por que razão o último julgamento foi de Manuel Rabelais, em Abril", apelou, realçando que não é por falta de "matéria prima" que os Tribunais arrastam os pés.
Onde andavam?
Para Graça, quem hoje evoca, invariavelmente, a sua condição de: "reformado" nas diatribes que despeja nas redes sociais, na pior das hipóteses estava no activo no tempo da outra senhora.
"A pergunta é: por que razão esses valentões de circunstância não levantaram a voz ao tempo em que o MPLA quase deu dignidade constitucional à roubalheira, ao cabritismo e à discriminação na repartição da riqueza nacional?", questionou.
Prosseguindo, questionou também, se os "maiores saqueadores do erário, que se encontram foragidos da justiça angolana", agora tão abominados, porque é moda fazê-lo, não são produto de um sistema injusto, que tratava os angolanos de forma desigual?
"Por quê se calaram os nossos actuais "reformados"?", questionou igualmente, Graça Campos.