O anúncio foi feito por João Lourenço durante as conversações realizadas após um encontro em privado que manteve com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em visita ao país lusófono africano.
O chefe de Estado anunciou também trabalhos para a conclusão do processo de adesão de Angola ao Acordo de Parceria Económica com a União Europeia (UE).
Segundo João Lourenço, no âmbito do Programa Indicativo Nacional do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento foram implementados oito programas em Angola, que orçam 132 milhões de euros, realçando que o Banco Europeu de Investimentos tem apoiado projetos de investimento público nos setores da energia e águas, telecomunicações e outros.
O Presidente angolano disse que o país está hoje seriamente apostado na diversificação da economia, com uma forte aposta no setor privado, através da criação de um melhor ambiente de negócios, que atraia os investidores privados nacionais e estrangeiros e os estimula a investir na agricultura e pescas, na indústria, hotelaria e turismo, materiais de construção, produção de adubos e fertilizantes e em todos os outros ramos do seu interesse.
João Lourenço referiu que o Estado está a realizar concursos públicos para a gestão e exploração de terminais portuários, de caminhos-de-ferro, bem como a alienar, por via de concursos públicos de privatização, um leque considerável de ativos a favor de privados.
"Todas essas medidas vêm em simultâneo com uma vasta campanha de combate à corrupção e à impunidade", destacou.
Por sua vez, Charles Michel disse que abordou com o Presidente angolano assuntos de interesse comum, manifestando o desejo de continuar a trabalhar em conjunto sobre vários assuntos.
"Agradecemos o engajamento positivo de Angola para orientar as soluções mais consensuais e fidedignas em locais onde há dificuldades e para que cheguemos a baixar as tenções, a fim de encontrarmos estabilidade e também agradeço a cimeira que Angola convocou aqui, dia 20 de abril, tendo em conta a situação na RCA [República Centro-Africana]", referiu.
Charles Michel, que deixa Luanda ainda hoje, disse que o tema da luta contra o terrorismo e o extremismo no mundo foi igualmente abordado, lembrando o número elevado de vítimas devido a este fenómeno.
"E isto leva a todos nós, UE e os nossos parceiros internacionais, a trabalhar nesta preocupação, vejamos o caso da situação em Moçambique, temos que trabalhar de forma a fazer recuar essa crise naquele país", afirmou.