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Quinta, 10 Abril 2014 14:41

UNITA denuncia aumento da intolerância política em Angola

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, denunciou o aumento da intolerância política no país, que atribui à "indiferença" das autoridades relativamente a assassínios de militantes e dirigentes da oposição.

A inquietação consta do comunicado final saído da 12ª reunião do secretariado executivo do Comité Permanente da UNITA, realizada quarta-feira.

O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA constatou, com preocupação, que apesar de discursos oficiais em contrário, a situação social e económica continua a degradar-se, com o agravamento da miséria, do desemprego galopante, da quase inexistência de uma eficiente oferta de serviços de saúde e de educação, além de outros males que vão enfermando a sociedade.

O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA constatou ainda, com bastante apreensão, a indiferença que o Presidente da República e Titular do Poder Executivo devota a acontecimentos de tamanha gravidade como os que tiveram lugar, recentemente, no Município do Cassongue, Província do Kuanza Sul. O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA considera que esta indiferença pode conduzir o país para uma situação de perigosa instabilidade, pois traduz o encorajamento às práticas de intolerância política, ao assassinato de angolanos por causa das suas opções político-partidárias, e à impunidade, ante flagrantes violações dos direitos humanos, em Angola.

O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA observou que a intensificação de actos de intolerância é sustentada pelo ressurgimento das Brigadas Comunitárias de Vigilância – uma reedição da Organização de Defesa Popular (ODP), posteriormente designada “Brigadas Populares de Vigilância” - advogadas pelo Presidente da República, no seu discurso proferido durante a última reunião do Comité Central do seu Partido.

O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA também constatou com preocupação, a tendência clara de regresso ao monolitismo, manifestada através de posicionamentos de destacados dirigentes do partido no poder, com acentuadas

práticas de exclusão sócio-política dos angolanos. Neste particular, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA lança um apelo às classes intelectual e religiosa do país para assumirem uma postura democrática consentânea com as suas responsabilidades perante a Nação Angolana, denunciando com coragem práticas que apontam em sentido contrário.

O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA lamenta e exprime a sua profunda preocupação pelo facto de alguns países, na comunidade internacional, privilegiar um comportamento mercantilista, para com Angola, em detrimento dos valores universalmente conhecidos e reconhecidos em que assenta a Democracia.

No quadro das celebrações da paz, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA constatou a intenção deliberada do MPLA de apagar da memória colectiva os Acordos de Bicesse, de 31 de Maio de 1991, que constituem a ossatura que conduziu ao multipartidarismo e à paz democrática, preferindo realçar as adendas a esses Acordos, que mais não fizeram senão reafirmar as bases assumidas em Bicesse. Se arquitetos da paz há, esses serão unicamente os que fizeram Bicesse.

NP

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