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Segunda, 28 Mai 2018 18:47

João Lourenço diz que não há "nenhuma conspiração" contra Joseph Kabila

O Presidente de Angola, João Lourenço, afirmou, hoje, em Paris, que não há "nenhuma conspiração" contra o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), mas que Joseph Kabila deve respeitar os acordos que prevêm eleições a 23 de dezembro.

Rd Congo convoca embaixadores de Angola, França e Ruanda para prestar esclarecimentos

Representantes de Angola, França e Ruanda em Kinshasa, foram convocados Sábado pelo ministro das Relações Exteriores do Congo para um “esclarecimentos”, após palavras proferidas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na República Democrática do Congo, segundo noticia a Jeune Afrique e a AFP que citam fontes diplomáticas.

Para Kinshasa, essa iniciativa do presidente francês e homólogos angolano e ruandês, “é uma grande incógnita”, diz um jornalista congolês credenciado junto do Ministério das Relações Exteriores, que anunciou a convocação dos três diplomatas. Os nove vizinhos do gigante da África Central (2,3 milhões de Km2), incluindo Angola e Ruanda, seguem de perto o processo eleitoral na RDC.

“O presidente angolano visita a França pouco depois de Kagame. Os congoleses suspeitam que que se está a falar sobre eles e gostariam de saber o que é dito sobre esse assunto”, disse uma fonte diplomática à AFP.

"As conversas havidas entre o Presidente Kagame e o Presidente João Lourenço não foram feitas às escondidas, têm sido feitas nas cimeiras em que nós nos encontramos e a única matéria que nós tratámos sobre a RDCongo não é nenhuma conspiração, antes pelo contrário, é a necessidade de levar a que o Presidente Kabila respeite os acordos de São Silvestre", realçou João Lourenço.

O também presidente do órgão de Cooperação Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) adiantou que vai receber, em Luanda, "nos próximos dias", o seu homólogo da RDCongo.

João Lourenço disse que "houve um acordo entre o governo e a oposição, que teve a mediação" e até "a bênção da igreja", em referência ao Acordo de São Silvestre, e destacou que "tudo o que é abençoado deve ser respeitado".

O Presidente angolano relembrou, também, que "a RDCongo é um país com quase cem milhões de habitantes e que faz fronteira com pelo menos nove países africanos", pelo que nenhum governante pretende ver instabilidade na RDCongo pelas consequência que podem advir para toda aquela região".

"Não se trata de alguém dizer 'Presidente Kabila vá-se embora'. Aliás, ninguém tem o direito de o fazer, isto é um problema que só cabe ao povo congolês, sobretudo aos eleitores congoleses que nas urnas deverão expressar a sua vontade de eleger o Presidente que julgarem o mais preparado", afirmou, sublinhando que se trata de fazer "eleições que sejam aceites pela comunidade internacional".

Emmanuel Macron defendeu que o Acordo de São Silvestre "prevê eleições livres e sinceras em que o Presidente Kabila não deve participar" e que Paris "apoia as iniciativas dos países da região, incluindo de Angola".

"Sobre a República Democrática do Congo, partilhamos as mesmas preocupações e as mesmas vontades. A França irá apoiar as iniciativas que venham a ser tomadas pelos países da região e pela União Africana, as quais que passam simplesmente por fazer aplicar os acordos que permitam uma clarificação da situação política. Sem qualquer complacência, com calma e clareza", afirmou Emmanuel Macron.

O Presidente de Angola começou hoje uma visita oficial a França, que vai terminar na quarta-feira de manhã, naquela que é a sua primeira deslocação a um país europeu desde que foi empossado em setembro de 2017.

Esta terça-feira, João Lourenço vai à cidade e região de Toulouse, no sul de França, para visitar as fábricas da ATR e da Airbus, um liceu e uma cooperativa agrícola e o Instituto Nacional de Pesquisa Agronómica.

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