Sexta, 25 de Julho de 2025
Follow Us

Quinta, 24 Julho 2025 11:26

João Lourenço e o Colapso Final do MPLA

O MPLA parou no tempo. Hoje, a história mostra que o partido que (des)governa o país perdeu totalmente toda a credibilidade e aceitação popular. A situação actual do partido é dilacerante. Nada mais há a fazer para repor o partido na rota certa.

Quando um partido se utiliza de esquemáticos jornalistas corruptos de craveira internacional para tentar reverter a impopularidade de que o MPLA e o seu presidente padecem, torna tudo isso numa situação desesperante e deveras perigosa.

O pior absurdo foi ouvir do cidadão João Lourenço que está em condições de escolher e indicar o próximo presidente. Além disso, o presidente do MPLA afirma que está numa situação privilegiada, não só para escolher o futuro presidente, mas também para indicar o rumo a seguir pelo seu sucessor.

É, de facto, um absurdo atrás do outro. A presente situação desse presidente torna-se cada vez mais insustentável para a sua permanência na Cidade Alta.

Ao longo dos terríficos e amaldiçoados 50 anos de independência, Angola nunca teve um presidente que governasse para todos.

Para infelicidade do nobre povo, as figuras presidenciais juntaram-se, na ocasião, a grupinhos ínfimos de iluminados do MPLA para juntos, obstruírem a sede de liberdade do sofrido povo.

O tirano afirmou na entrevista que ele não iria aceitar que a presidência de Angola fosse entregue a “uma pessoa qualquer”.

O refinado governante — entre aspas — esqueceu-se da sua identidade. João Lourenço é, para a maioria dos angolanos, “a pessoa qualquer”.

O grande pecado do anterior presidente, José Eduardo dos Santos, foi não ter esclarecido aos angolanos o fosso grande e permanente da lacuna marcante que determina a estreiteza analítica do actual inquilino da Cidade Alta.

Se em Angola existem intelectuais, onde estão eles?

O país precisa de todos os seus mais ilustres filhos para, juntos, combaterem o partido opressor que está no poder há 50 anos ininterruptos.

O Presidente da República afunila a sua sucessão apenas ao militante a ser escolhido por ele. Ele ignora por completo qualquer hipótese de ser sucedido por qualquer outro partido. Esse azedume todo contra as oposições demonstra que o presidente do MPLA e da República sabe que, nesse quesito, existe uma enorme possibilidade de o tiro lhe sair pela culatra.

A forma como João Lourenço coloca a situação mostra que o velório do seu MPLA poderá já ter saído da Cidade Alta rumo ao cemitério sito no Kremlin da República da Primeiro de Maio.

Em suma, dessa entrevista em Istambul, pode-se retirar duas ilações:

A primeira: o general Higino Carneiro continua na agenda dos serviços secretos e da linha dura do núcleo dos lourencistas aprazados. Isso significa reconhecer que Higino Carneiro está muito forte no interior do MPLA.

O MPLA está fortemente dividido. Caso Higino Carneiro escolha permanecer em definitivo fora do vínculo lourencista, a vitória pode sorrir para todos quantos lutamos contra a actual direcção do MPLA.

Temos que começar desde já a dialogar com as demais candidaturas para, juntos, lutarmos contra a actual direcção.

A luta agora pelo comando do MPLA é centrada entre nós, os “qualquer”, contra os lourencistas usurpadores. Nada de aceitar a bicefalia que o próprio João Lourenço combateu no passado recente.

A outra ilação situa-se nas recentes manifestações da sociedade civil e na manifestação de grande enchente da UNITA.

Ficou claro que o MPLA sofreu um agravado choque de realidade.

Só assim se entende que, apesar de o mercenário contratado para fazer o papel de jornalista e entrevistar o Presidente da República ter ousado reiteradamente apelidar as movimentações populares realizadas no país como sendo “manifestações inorgânicas”, o jornalista mercenário não conseguiu ouvir da boca do entrevistado as palavras de apoio que esperava.

O país todo sabe agora que não temos eleições autárquicas por impedimento exclusivo imposto pelo presidente do MPLA.

João Lourenço é o único entrave agravado para que no país não se realizem as autarquias. Ele acaba de inventar uma nova versão para evitar a realização de eleições autárquicas. Percebe-se que o presidente não consegue mais raciocinar. São tantas as mentiras que agora sente-se ultrapassado e fortemente enganado pelas suas próprias mentiras.

O quesito por ele apresentado não se sustenta. É como aquele cantarolar que se ouvia das nossas mães, que dizia que “saco de água quente não fica em pé”.

Esse argumento ora apresentado, onde afirma que os deputados não conseguiram ultrapassar a vontade expressa do presidente... João Lourenço quer eleições parciais, e a UNITA quer uma eleição em toda a extensão do território nacional, conforme consta na lei e na Constituição.

Se o país consegue realizar eleições gerais em todo o território, por que não usar as mesmas infraestruturas e a mesma logística para realizar as eleições autárquicas?

A realidade é que não interessa agora, antes da próxima fraude — ou seja, até ao próximo roubo eleitoral — que sejam realizadas eleições autárquicas.

E, para terminar a “moda de guisa”, João Lourenço apressou-se a recorrer ao mercado externo de compra de consciências, para importar o jornalista corrupto que o entrevistou. Dessa forma, poderá declinar ou fugir de um eventual convite do economista e jornalista Rosado de Carvalho para se fazer presente no Economia sem Makas. Ou duvidam?

Estamos juntos

Por Raúl Diniz

Rate this item
(0 votes)