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Domingo, 27 Março 2022 10:27

Observadores nas eleições angolanas são uma decisão do Governo, diz embaixador dos EUA

O embaixador norte-americano em Angola afirma que a decisão relativa à presença de observadores internacionais para acompanhar as eleições previstas para agosto de 2022 compete ao executivo angolano, afirmando que o assunto tem sido abordado com várias entidades.

"A decisão pertence ao Governo angolano. Tudo isso vai ser discutido e no tempo certo saberemos", disse Tulinabo S. Mushingi em entrevista à Lusa, adiantando que têm sido mantidos encontros com várias entidades a este propósito.

"Até agora, Angola não decidiu sobre esta questão, vamos esperar", acrescentou o diplomata, sublinhando que "se o país está a falar sobre transparência, esta deverá ser uma das questões em que vai procurar uma solução" e manifestando a disponibilidade dos Estados Unidos para partilhar as suas experiências sobre democracia com Angola.

O embaixador considerou ainda que todas as democracias, jovens ou mais antigas, como a norte-americana, têm os seus próprios problemas, lembrando os acontecimentos de janeiro do ano passado, quando partidário do ex-presidente Donald Trump invadiram o Capitólio, sede do Congresso dos EUA, em Washington.

"As tensões acontecem em muitas democracias, em muitas eleições do mundo, mesmo nos EUA, isso não me preocupa neste momento", realçou o diplomata, que chegou a Angola há três semanas.

Na última semana, militantes de partidos políticos angolanos, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) e o seu principal adversário, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, na oposição) envolveram-se em confrontos no Uíje, responsabilizando-se reciprocamente pelos atos de violência.

Tulinabo Mushingi preferiu, no entanto, valorizar as declarações de diferentes responsáveis sobre a tolerância política.

"Há uma ideia de poderem trabalhar juntos, de evitar violência e respeitar cada lado", considerou.

O diplomata foi nomeado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, em 19 de abril de 2021 e confirmado pelo Senado dos EUA em 18 de dezembro de 2021.

Antes desta nomeação, Mushingi foi embaixador no Senegal e na Guiné-Bissau, de 2017 a 2022, e no Burkina Faso de 2013 a 2016.

Desempenhou também funções como secretário executivo adjunto na Secretaria Executiva e diretor executivo do Escritório Executivo da Secretaria de Estado de 2011 a 2013 e foi chefe de missão adjunto na Embaixada dos Estados Unidos na Etiópia de 2009 a 2011.

Passou também por outros departamentos em Kuala Lumpur (Malásia), Maputo, (Moçambique), Casablanca (Marrocos) e Dar es Salaam (Tanzânia), trabalhou para o Corpo de Paz dos Estados Unidos em Papua Nova Guiné, República Democrática do Congo, Níger e República Centro-Africana, foi professor visitante no Dartmouth College e lecionou na Howard University.

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