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Sábado, 19 Abril 2014 11:32

Abertura e diálogo

Vivemos no país tempos de consolidação da paz e de reconciliação nacional, de abertura e disposição para o diálogo inclusivo através do qual os angolanos aprendem a conviver na adversidade e no pluralismo.

A democracia baseada na livre disputa de ideias e na abertura para dialogar permanentemente com os parceiros e adversários são exercícios que fazem parte do dia a dia dos angolanos.

A guerra em Angola durou mais de trinta anos, mas os angolanos puderam em pouco tempo, sem a intervenção das instituições internacionais, solucionar um problema que causou muitas mortes e a destruição no país.

Todos nós angolanos, que vivemos as consequências nefastas de uma prolongada guerra, sabemos do valor precioso da paz e do preço inestimável do diálogo. Não é sem razão que a diplomacia angolana em África e no mundo tem como marca dois binómios relevantes: diálogo e concertação.

Nestes tempos de paz e estabilidade política, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, tem sido o rosto visível dos esforços para dar rumo seguro ao país tendo aqueles pressupostos como partes da sua estratégia política.

A abertura para o diálogo, dar ouvidos a todas as sensibilidades de Angola e liderar um processo de reconstrução que serve de exemplo em África e no mundo são parte fundamental da estratégia de liderança do chefe de Estado angolano.

Não pode ser acusado de ter adoptado, desde o fim da guerra, um posicionamento adverso dos outros actores políticos, tão-pouco de ter incorrido numa lógica de vencedor contra vencidos. Pelo contrário, abriu portas ao diálogo com a antiga rebelião armada, abrindo-se um capítulo ímpar na História da solução de conflitos em África na medida em que se tratou de um processo interno exemplar e sem mediação externa.

Angola caminha hoje para o desenvolvimento e progresso e, como em qualquer processo, os desafios renovam-se a cada dia que passa.

Os angolanos estão conscientes de que as dificuldades são ainda parte do processo de desenvolvimento e progresso que o país conhece. A busca de soluções para os problemas das comunidades prevalece e neste processo a contribuição de todos é indispensável.

Importantes são os passos dados todos os dias em vários sectores do país, como o da construção de infra-estruturas, da formação de quadros, no fomento do comércio e na criação de condições para investimento e para o surgimento de empresários e empreendedores.  Na saúde, fizeram-se muitos progressos com a municipalização dos serviços, que provocaram um aumento visível na qualidade ao nível da saúde materna e infantil. Precisamos todos de continuar a envidar esforços no sentido de preservar as conquistas alcançadas no campo económico e social, promovendo o diálogo e a concertação com as comunidades.

Todos são chamados a dar o seu melhor para que o clima de paz, de estabilidade e de progresso continue a gerar os frutos que testemunhamos mais de dez anos após o fim da guerra.

As famílias, as instituições públicas e privadas, as igrejas, as associações profissionais e cívicas, os partidos políticos e demais organismos que congregam no seu seio pessoas de várias sensibilidades não se podem eximir do papel reconciliador que deles se espera.

Mas não há dúvidas de que os actores políticos têm responsabilidades acrescidas em qualquer regime democrático pelo simples facto de se constituírem como possíveis alternativas ao poder.

Há grandes responsabilidades por parte dos políticos angolanos para protagonizarem actos que conduzam os angolanos a uma convivência pacífica, ao reforço da paz e estabilidade enquanto motores que fazem arrancar tudo o resto.  Olhando para a realidade do país, é difícil perceber o discurso de alguns sectores que, baseando-se não se sabe em quê, alegam que há um défice de diálogo.

Tudo quanto foi feito ao longo destes anos é precisamente o contrário dessas alegações na medida em que os passos no sentido da reconciliação nacional nunca foram tão consistentes como hoje.

A 4 de Abril comemorámos mais um aniversário do fim da guerra em Angola, e, passados doze anos da data do fim do conflito armado, podemos afirmar que a paz tem permitido ao Executivo proporcionar os serviços sociais básicos em todo o país. As reformas políticas e económicas foram sempre feitas com o concurso de todos os angolanos, agrupados ou não em partidos políticos e associações cívicas.

O fortalecimento da democracia em Angola não seria possível se todas as forças políticas, em ambiente de concertação e diálogo, não contribuíssem livremente. A concertação permanente tem sido uma realidade no país e não podemos falar de défice de diálogo num país em que a paz e a estabilidade se enraízam a cada dia que passa.

Jornal de Angola

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