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Sábado, 13 Abril 2019 09:04

O dilema de uma república de vingança e caça – às – bruxas

Invoca – se muito hoje a liberdade de atacar a imagem do ex – Presidente JES, uma coisa é o logos e os seus valiosos feitos que foram transformados em mythos, ou histórias vãs no novo Executivo.

O tempo de coisas às avessas terá chegado com o Novo Executivo angolano, a pintura de Jerónimo Bosch deveria inspirar mais ao novo Executivo para que se vissem mais ao espelho da reflexão, muito se fala de JES, porém, não se faz recordar coisa alguma dele que tenha sido útil à Pátria, o novo Governo, só sabe desenhar o que de desdém há contra a imagem do ex – Presidente de Angola. Evidentemente, não se encontra razão alguma para que o ex – Presidente seja tratado como o vemos à ser tratado pelo novo Executivo angolano, mesmo que cometesse um sem números de falhas, um herói quanto JES mereceria aplausos feitos em coro e em pé, os traidores fazem mal à si e aos outros, mas confessemos que sendo necessário o equilíbrio, e espaços próprios para dar fim à esta desforra,  entendamos que chegou a hora de vozes advindas de JES baterem – se contra as acusações que o colocam ao tapete, será pois, como diz – se na gíria: quem cala consente, para que o ambiente viciado em conflitos impostos pelo novo Executivo deixe de ser um ambiente parasita, infectado por uma única voz advinda do Novo Executivo, pois que, se JES falar Angola acordará muito diferente.

Quem for ofendido, por razões morais ou éticas, de lesa à verdade política, seria bom que desse um morro na mesa e deixasse cicatrizar as feridas morais que apanhou advindas dos que o traíram. Não é fácil, sabemos, mas seria uma grande vitória. Porque quem cala consente, e o silêncio que muito se presa as vezes torna – se o veneno que mais destrói, sofremos por dentro, mas não pagamos o que passamos lá fora, uma ferida causada pelo ferro, cura – se com remédio, mas uma ferida causada pela devastação moral ou ética, traz – nos vexame, indignidade, e isso, ninguém sabe curar, morre connosco, ninguém sabe consolar isso, e não é sadio que fiquemos de braços cruzados quando tal sucede em nossos arrabaldes, é hora de acabar com a poluição política que mancha a imagem do ex – Presidente JES, como diz – se no adágio em língua nacional umbundo “Inse okufa etombo livala” (Vale apenas morrer que viver a vida toda humilhado), é hora de cerrar a porta da afronta construída pelo Novo Executivo contra a pessoa mais importante desta Nação, o Pai da Nação Angolana, o Pai da Reconstrução Nacional, o Salvador da Pátria (…). Chegou a hora de fazermos fileiras em nome de JES e forçar que o novo Executivo feche as páginas da perseguição à Eduardo dos Santos e sua parentela. Não é fácil essa luta, e tem que ser feita inteligentemente. Um homem com dignidade nunca se curva ou cala por muito tempo perante os seus reais inimigos.

Há um País em que é proibido contar histórias sobre o passado, parece - nos este: Angola. Esse é só um exercício de muitas das categorias de discriminados políticos, cuja voz ouve – se no actual Executivo angolano aos excessos. Um grande e novo fantasma político assola o País, a figura de Neto está estacionada como de um grande herói, e a de Eduardo dos Santos como de um magoado e infeliz. A história da política angolana registou várias contrariedades, em que a principal razão da permanência do arcaico e desajustado é a incapacidade dos políticos de reconhecerem os feitos alheios e os reciclarem com novos rumos, passa – se sempre uma esponja no passado, e enterra – se o passado no sepulcro do esquecimento, heróis tornam – se ferramenta de um mundo obscuro, incauto e ausente, parece que o silêncio em Angola tem mais voz que os próprios heróis, que deram tudo à Pátria incluindo as suas vidas. Não é só, pois, uma ideologia geral vingativa que reage ao passado: é também alguma enquistada ideologia política do oportunismo e do orgulho ao excesso dos líderes africanos, em particular em Angola, e uma psicologia avessa à honra alheia.

Vive – se há muito, na auto – ilusão que a varinha mágica de João Lourenço e a sua política de luta contra a corrupção, tudo resolverá — com as prisões excessivas aos actores de tal mal. Novos mitos políticos são álibi para todos os atropelos contra a imagem do ex – Presidente, pratica – se agora em Angola, uma política de descarada vingança e perseguição. A arte de génio verdadeiro e de talento pessoal de JES foi enterrada por uma cultura política nefasta, que oficializou a perseguição como o modus operandi do Novo Executivo angolano. Distribuem – se os pergaminhos de vingança e traçam – se planos de destruição da imagem de Eduardo dos Santos, somente ninguém recorda, que se está a matar de forma silenciosa o MPLA.

A política e o discurso sobre a política angolana e o seu Executivo, sobretudo o discurso do imediatismo, e do já, nunca despertaram tanta esperança no povo angolano como hoje, porém, parece – nos que, exagera – se à um ponto demencial. Porque se negam os factos mais notórios do passado, para se aplaudir aquilo que jamais se realizará, será pois uma política teatral, ou de filmes de terror, ou ainda a encenação de Shakespeare, porque a evidência não sabe trazer à realizar as palavras exaltadas em discursos, o que muito se nota é a ofensa exagerada à imagem de Eduardo dos Santos, como sendo o único pecador numa República que já se fez jardim do Éden onde Adão e Eva conheceram pela primeira vez o pecado.

Na política angolana actual, o grande desastre que se nota ao olho do povo, é a forma como o Estado lida com a imagem de JES, a desconsideração, a descortesia ou a ofensa imposta contra essa tão valiosa figura não dá mérito alguma à João Lourenço. Se quisermos edificar um pulso ao nível da dignidade de uma sociedade, havemos de atentar de respeitar os heróis e seus feitos.

O culto à dignidade de Eduardo dos Santos é ainda a única via para obrigar os sonâmbulos políticos a acordarem, enfrentando a apatia geral e a ausência de boa – fé. Não nos resta mais medo algum, temos a coragem para tudo (...) porque a honra à Eduardo dos Santos não foi comprada, foi conquistada com suor e sacrifício do tamanho de um mar, desde então, deve hastear a sua bandeira para sempre, sobre sucessões de gerações, porque esta implica a Pátria e os seus heróis, na qual terá imposto uma construção da identidade nacional e patriótica ao longo de todo o seu curso de vida.

A política não é guardiã dos bons costumes, a religião, a moral, o civismo e a etiqueta, eram transmitidas pela família angolana e pela escola, ordens normativas profundamente aculturadoras e estruturantes. Hoje a situação tornou – se caótica. Não há uma univocidade religiosa e moral, desde logo. E não se pode recuperar essa unidade perdida. O futuro será ainda diferente. A falta de tolerância política do Executivo de João Lourenço é a prova, em carne viva, como vive – se hoje, numa República da vingança ao passado, e da anarquia moral. Como sabe – se, a família estilhaçou – se em mil divórcios e mil uniões, creches para as crianças, e asilos para os idosos, a televisão para os activos, o amor encontra – se estacionado no abismo, as redes sociais tornaram - se a nova morada do homem novo, ninguém sabe solidarizar – se com ninguém, até os que podem o fazer, não o sabem exprimir, porque a solidariedade ficou proibida pelos novos tempos. Acorrentados na frieza, riem - se dos que sofrem, troçam os que padecem o mal dos novos tempos. Corremos todos para atacar e destruir os que estão em mãos lençóis, não ajudamos a ninguém (…).

Esse é o novo mundo!

HAJA LUZES SOBRE AS TREVAS!

João Henrique Rodilson Hungulo

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