Em resposta às recentes especulações de possível fragilidade de provas contra o angolano, a Procuradora da República em São Paulo, Stella Fátima Scampini, afirma que uma investigação muito sólida fundamentou o processo que corre na oitava Vara Criminal do Tribunal Federal de São Paulo.
“Houve uma investigação por parte da Polícia Federal aqui no Brasil. Com base nessa investigação, o Ministério Público detectou indícios suficientes de autoria e de mentalidade de crime. O que se apurou foi um esquema criminoso de tráfico de pessoas, além de outros crimes. As provas são contundentes. O Ministério Público está convicto da acusação. Por isso, foi oferecida a denúncia contra essas pessoas e o processo encontra-se em curso”, afirma.
A representante do Ministério Público Federal em São Paulo explica que as evidências contra o general Bento Kangamba foram obtidas de várias formas.
“Os documentos são sigilosos. Foi decretado sigilo documental do que foi encartado no processo. Mas, o que eu posso adiantar é que houve vários meios de investigação. Foram feitas interceptações telefónicas e acções controladas da polícia brasileira com a colaboração de Portugal. A prova é farta”, garante Scampini.
Brasileiros envolvidos já estão presos
A Procuradora não acredita na possibilidade do julgamento do caso Kangamba nos próximos dias, como tem sido cogitado, já que processos envolvendo acusados de fora do país são mais burocráticos. Para evitar, inclusive, que a lentidão atingisse o julgamento dos cinco brasileiros, acusados de fazer parte da quadrilha, o processo foi dividido.
“Nós temos dois núcleos deste esquema criminoso. Os cinco integrantes do núcleo brasileiro estão presos. Os dois integrantes do núcleo angolano não estão presos. Como Angola é outro país, isso envolve outras medidas que demandam mais tempo. Então, acabou sendo determinado o desmembramento do processo. O processo agora envolvendo os acusados brasileiros poderá seguir mais célere do que o outro que depende das medidas envolvendo os dois países”, detalha Scampini.
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