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Terça, 19 Outubro 2021 11:33

“Quem não deve, não teme”, diz João Lourenço sobre Isabel dos Santos

João Lourenço diz que o regresso de José Eduardo dos Santos a Angola é “bom para todos” e garante que o Estado angolano continua interessado em vender partes das empresas públicas Sonangol, Endiama e TAAG.

O presidente da república de Angola rejeita estar a conduzir uma vingança contra Isabel dos Santos e que o processo está a ser conduzido pelos tribunais do país e não por si.

“Ao nível partidário sempre houve o reconhecimento que existia uma corrupção galopante. Dizia-isto há anos. A diferença é que antes era só conversa e nada de ação. E hoje [luta contra corrupção] está a ser feita a todos os níveis: contra os grandes e os pequenos”, disse João Lourenço ao “Financial Times” sobre a luta contra a corrupção no país lusófono.

“Comentar só sobre uma pessoa pode não ser muito justo”, disse ao “FT” quando questionado sobre as acusações de perseguição feitas pela empresária angolana.

Sobre a saída de Isabel dos Santos de Angola, João Lourenço limitou-se a pronunciar um velho ditado: “Quem não deve, não teme”.

A entrevista ao “FT” inserida numa reportagem alargada sobre Angola, é feita um mês depois de o antigo presidente, e pai de Isabel dos Santos, ter regressado ao país depois de viver 30 meses em Espanha, por receios de poder vir a ser alvo de acusações por parte da justiça angolana.

“O facto de ter regressado ao país é bom para todos, não só para a nossa relação, mas bom para o país, e bom para o nosso partido [MPLA]”, afirmou sobre José Eduardo dos Santos.

Na entrevista, o presidente angolano também garantiu que parte do capital de várias empresas estatais vai ser privatizado.

“Vamos colocar uma parte do capital destas grandes empresas públicas no mercado. O Estado vai continuar a ter uma participação nestas empresas”, disse sobre a petrolífera Sonangol, a diamantífera Endiama, e a companhia aérea TAAG.

Segundo um balanço feito recentemente, João Loureiro disse que os tribunais angolanos abriram 700 casos de luta contra a corrupção, com quatro mil milhões de dólares de dinheiro público a ser recuperado.

Em relação à economia angolana, o presidente diz que a mesma está a entrar agora num período de recuperação “depois da tempestade”, apontando para as projeções do governo que estimam que o PIB se mantenha em linha com o de 2020 e um crescimento de 2,4% em 2022.

O país conta com um peso de dívida de 120% sobre o PIB, com o presidente a considerar que este é um peso “sustentável”. Sobre a melhoria da nota da Moody’s da dívida do país (de Caa1 para B3, apesar de se manter em ‘lixo’) considera que é o “reconhecimento da seriedade do nosso programa de reformas”.

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