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Sexta, 20 Setembro 2024 19:23

Biden visita Luanda a 14 de outubro para estreitar relações com África

Joe Biden, vai visitar Angola a 14 de outubro, para cimentar o processo de reaproximação entre Washington e Luanda e a aposta dos Estados Unidos da América (EUA) no reforço das relações com a África subsaariana. O JE está em condições de avançar que a presença do ainda presidente norte-americano está garantida e agora com data definida.

A visita realizar-se-á depois da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que se iniciou a 10 de setembro e terminará a 28, e as eleições presidenciais norte-americanas, a 5 de novembro, noticiou a agência Reuters.

Esta será a primeira vez que um chefe de Estado norte-americano se desloca a este país. A viagem de Biden é uma vitória diplomática do presidente angolano, João Lourenço, que tem apostado numa trajetória de aproximação aos Estados Unidos.

Durante a visita que João Lourenço realizou aos Estados Unidos, em novembro do ano passado, Biden prometeu visitar Angola. A circunstância de ter desistido de uma recandidatura à Casa Branca fez com que o mês de outubro fosse, na prática, a única janela de oportunidade em plenitude de funções, para concretizar a promessa.

A viagem de Joe Biden posiciona Angola no centro da guerra fria entre os Estados Unidos e China que se tem vindo a intensificar no continente africano.

Tal como Negócios já tinha adiantado, nas últimas semanas João Lourenço já tinha dado sinais inequívocos que apontavam para uma aproximação a Washington. Primeiro, deu o dito por não dito e decidiu cancelar a viagem a Pequim onde devia participar no Fórum de Cooperação China - África (FOCAC) que decorreu entre 4 e 7 de setembro. Lourenço quebrou a promessa feita em março a Xi Jinping de marcar presença no evento e a opção deixou os chineses "furiosos" tal como Negócios noticiou na altura.

Depois disso, também este mês, Angola anunciou que vai receber, em 2025, a Cimeira de Negócios Estados Unidos-África. O entendimento que materializa a realização deste evento foi assinado por Agostinho Van-Dunem, embaixador de Angola nos EUA, e Florizelle Liser, presidente do Corporate Council on Africa (CCA).

O cancelamento da viagem a Pequim por parte de João Lourenço, que exasperou Xi Jinping, e o consequente anúncio da visita de Biden a Angola, são dois factos que estão ligados entre si, sublinha ao Negócios fonte conhecedora do processo.

O posicionamento de Angola, com ator principal da guerra fria em curso entre os EUA e a China, dá-lhe também uma influência regional crescente e mostra a relevância geoestratégicas das cadeias de abastecimento. Os EUA apostam na reabilitação do Corredor do Lobito que ligará Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia aos mercados globais.

"Este projeto inédito é o maior investimento ferroviário de sempre dos Estados Unidos em África e irá criar empregos e conectar mercados para as gerações vindouras" declarou Biden em novembro do ano passado, frisando tratar-se de um investimento superior a mil milhões de dólares (mais de 918 milhões de euros).

Para concorrer com o Corredor do Lobito a China fechou em setembro, no âmbito da FOCAC um financiamento à Zâmbia e Tanzânia destinado a reabilitar a linha ferroviária de Tazara, a qual liga o centro do primeiro país ao porto de Dar es Salaam, capital do segundo, numa extensão de aproximadamente 1.900 quilómetros. A recuperação desta ligação visa oferecer uma rota alternativa de transporte de carga para o cobre e o cobalto da Zâmbia através do oceano Índico, concorrendo com o Corredor do Lobito, que termina no Atlântico. JE/Negócios

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Last modified on Sexta, 20 Setembro 2024 19:51