O docente da Universidade Técnica de Angola, que lança hoje, em Luanda, um livro sobre a política externa de Angola, numa perspetiva crítica e analítica dos caminhos percorridos pelo país no período entre 1975 até ao presente momento, retrata na obra as razões que levaram Angola, depois do conflito civil, a voltar-se para a China e não para o ocidente e a política externa atual.
A obra, intitulada "Política Externa de Angola – Principais Marcos, Desafios e Perspetivas", com 196 páginas, traz uma abordagem analítica e histórica dos principais marcos que vincaram a política externa de Angola, desde o seu papel no processo de independência da Namíbia, do fim do apartheid na África do Sul e da estratégia de boa vizinhança que o país teve de adotar para terminar com o conflito.
Osvaldo Mboco realçou que o livro traz a formulação da política externa, os seus atores decisivos, o papel do Presidente da República, da Assembleia Nacional, bem como a diplomacia económica e preventiva, consideradas as principais âncoras da política externa angolana.
Abordando os interesses nacionais de Angola, o autor analisa a abordagem do Presidente da República, João Lourenço, bem como a relação com a China, Rússia, Estados Unidos da América, Brasil e Portugal, a participação de Angola nas organizações regionais, a estratégia do Estado angolano, a inserção de quadros angolanos em organizações internacionais e o porquê de existirem poucos técnicos nessas organizações.
Osvaldo Mboco analisa também a perspetiva dos ganhos para Angola de uma participação consistente em missões de paz nas Nações Unidas, da nova configuração que o mundo está a conhecer e como o país tem estado a posicionar-se.
“Daí que integramos nessa obra a diplomacia de jogo de cintura que o Estado angolano tem estado a adotar, no sentido de não criar qualquer irritante político e diplomático, com quem quer que sejam os atores também com interesse em Angola”, disse.