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Quarta, 06 Julho 2022 14:27

Medição de forças entre MPLA e UNITA vai revelar tendência de voto em Luanda – analista

Um analista político angolano considerou hoje que a medição de forças entre o MPLA, no poder, e a UNITA, na oposição, agendado para sábado, em Luanda, vai lançar um indicador sobre a tendência de voto na capital angolana.

“É salutar sim e a medição de forças entre ambas [UNITA e MPLA] vai lançar um indicador sobre a tendência de voto em Luanda nas próximas eleições. São as grandes forças políticas que têm estado a galvanizar a competição política em Angola”, afirmou Osvaldo Mboco à Lusa.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) agendou para sábado um ato político de massas em Luanda, dia em que União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, também vai à rua com um ato do género.

João Lourenço, presidente do MPLA, vai liderar a iniciativa do seu partido, e Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, vai comandar a atividade do partido do “Galo negro” na maior praça política e eleitoral do país.

Para Osvaldo Mboco, as atividades políticas de sábado, em Luanda, traduzem-se numa mensuração de forças, considerando que Angola tem-se caracterizado como um país de “bipartidarização imperfeita”.

“Porque só são esses dois partidos que têm estado a galvanizar a competição política e esse ato de massas em Luanda vai-se constituir no medir de forças”, frisou o analista.

“No meu entender a perspetiva política que tenho é no sentido de que os órgãos de defesa e segurança vão ter muito trabalho para manter a estabilidade nesse período tendo em atenção os possíveis focos de convulsões sociais e atos de intolerância que poderá acontecer no decorrer do ato de massas”, observou.

Mboco apelou também para a necessidade das lideranças políticas de ambos os partidos exortarem os seus militantes a cultivarem a “tolerância política, a calma, a prudência e não confrontação”, na via pública, num dia em que Luanda deve registar um intenso movimento.

“Daí que ainda defendo que um dos partidos poderia adiar o seu ato de massas, apesar de considerar que a coincidência de datas é salutar em certo ponto”, frisou.

Sobre o teor dos discursos de sábado, Osvaldo Mboco acredita que a UNITA “deve continuar a expor as falhas de governação do MPLA, durante o último quinquénio e não só, e deverá também reafirmar o seu mote de alternância”.

“Uma demonstração clara que é necessário que exista alternância para a alteração ao quadro social, político e económico que o país atravessa”, realçou o também especialista em relações internacionais.

“Tenho estado a defender que o programa de governação que a UNITA irá apresentar não ficará muito distanciado do que apresentou em 2017, porque lá tem ideias que ainda são estruturantes e atuais”, salientou.

Já o MPLA, “sem sombras de dúvidas”, argumentou, “irá apresentar os seus feitos durante esta governação, os projetos que foram materializados, os que estão em vias de materialização e aqueles que poderão ser materializados caso vença as eleições”.

“Então, o discurso do MPLA vai gravitar muito em torno dos resultados que produziu a sua governação neste período e também do combate à corrupção, uma das bandeiras do Presidente João Lourenço, e com certeza João Lourenço vai entroncar nas infraestruturas, projetos materializados, em vias de materialização e outros”, rematou Osvaldo Mboco.

Para sábado, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) também agendou um ato político de massas, em Luanda, na antecâmara das eleições gerais de 24 de agosto.

A Constituição angolana, aprovada em 2010 e revista em 2021, prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90), perfazendo 220 deputados.

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partido mais votado é automaticamente eleito Presidente da República, moldes em que já decorreram as anteriores eleições angolanas.

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Last modified on Quarta, 06 Julho 2022 22:57